Kiss 10 anos

Coletivo cola 242 estrelas na fachada da Kiss em memória das vítimas da tragédia

O Eixo de trabalho “Kiss” do Coletivo de Psicanálise de Santa Maria realizou uma intervenção denominada “242 histórias em estrelas” na fachada do prédio onde funcionava a boate Kiss. O ato foi realizado na noite desta terça-feira (13) e contou com a participação de integrantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

Durante a ação foram coladas 242 estrelas, que representam todas as vítimas da tragédia de 2013 que completará 10 anos em janeiro. O Eixo Kiss já realizada intervenções no prédio desde outubro, quando foram realizadas colagens da pergunta “Onde você estava no dia 27 de janeiro de 2013?”. Conforme uma das integrantes do coletivo, a psicanalista Bruna Pizarro, a ideia de se colocar estrelas surgiu de dúvidas expressas por crianças em outras manifestações:

– A nossa inspiração foram as crianças que participaram das outras intervenções foram fazendo perguntas. Elas passavam aqui e perguntavam o que aconteceu aqui, ou lá na vigília na praça, perguntavam quem eram as pessoas do mural. Pensando em como construir essa narrativa, frente a essa perda coletiva a gente pensou em como que se fala da morte para uma criança. Então, quando uma pessoa morre nós dizemos que virou uma estrela. A partir dessa perspectiva das estrelas, nós fazemos o registro não só de 242 em números, mas 242 histórias.

Já era noite quando os sobreviventes, familiares e demais participantes começaram a colagem das estrelas. Muitas delas foram pintadas por crianças da Escola de Ensino Fundamental Santos Reis, da cidade de Agudo. Outras foram pintadas por crianças que participavam no próprio local. Para o presidente da AVTSM, Gabriel Rovadoschi Barros, que é sobrevivente da tragédia, esse tipo de ação é fundamental para provocar o pertencimento na comunidade santa-mariense e evitar o esquecimento:

– Esse é mais um ato para ampliar o sentimento de pertencimento da história da Kiss. Fazer as pessoas perceberem o quanto essa história pertence a todo mundo de alguma maneira, dar espaço para as pessoas se colocarem, participarem do movimento. A luta contra a impunidade, a luta por justiça é uma luta que atinge e tem efeitos em toda a comunidade. A nossa luta é coletiva e nós convocamos o coletivo para construir essa memória juntos.

Para janeiro, quando a tragédia completará 10 anos, a AVTSM e o Eixo Kiss planejam a realização de outras intervenções.

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Denzel Valiente

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