Caso Kiss

Cinco depoimentos encerraram fase de acusação em Santa Maria

Lizie Antonello

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As audiências desta terça-feira encerraram a fase de depoimentos de testemunhas de acusação no processo criminal da Kiss em Santa Maria. Resta apenas uma pessoa a ser ouvida nesta etapa, o engenheiro civil Miguel Ângelo Pedroso, que completará a lista dos 16 indicados pelo Ministério Público.

O profissional fez o projeto e acompanhou as obras de isolamento acústico na danceteria. Ele deverá ser ouvido por meio de carta precatória em Alegrete no dia 27 de junho,  às14h.

A sessão desta terça começou com uma manifestação do juiz Ulysses Fonseca Louzada, restringindo temporariamente a presença de familiares de vítimas às audiências. Apesar das declarações do magistrado, pelo menos cinco parentes de vítimas acompanharam a sessão à tarde. Um pequeno grupo de pais foi ao Fórum, mas ficou no corredor do lado de fora do Salão do Júri. Segundo eles, por vontade própria.

Cinco pessoas prestaram depoimento _ duas como testemunhas e três como informantes, já que tinham algum tipo de vínculo ou com alguma vítima ou com algum dos réus. Confira abaixo o que elas disseram:

Nivia da Silva Braido, a arquiteta:
Em seu relato, a profissional disse que Elissandro Spohr, o Kiko, pediu a ela informações e sugestões sobre a parte estética no interior da casa noturna em janeiro de 2012. Ela disse ainda, que tirou dezenas de fotos na boate durante as obras que ocorriam naquele período e que, com base na imagens, fez simulações de papéis de parede e decoração, que foram apresentadas a Kiko. Na ocasião, ele teria gostado de uma das sugestões e pedido que fosse enviada por email, dizendo que iria consultar Mauro Hoffmann (o outro sócio) sobre a possibilidade de executar a obra. Nivia foi ouvida como informante porque tem um relacionamento com um integrante da Assistência da Acusação.

Douglas Azevedo Lobo, funcionário da empresa Fuel
O funcionário disse que usava artefatos pirotécnicos em shows. Ele contou que realizou duas a três apresentações desse tipo na Kiss e que os artefatos eram utilizados no começo das apresentações.

Flavio Boeira, empresário
Boeira é proprietário da loja de colchões onde foi comprada a espuma colocada no teto da boate no entorno do palco. Disse que fez três vendas de espumas para a Kiss, entre 2011 e 2012, no total de seis bobinas (com tamanhos de 1m90cm por 2m e de 1m80cm por 5m) na cor cinza grafite. Que o material foi pedido pelo mestre de obra que trabalhava na boate e buscado na loja pelo gerente da casa noturna, Ricardo Pasche. Ele apresentou notas fiscais não nominais, mas que Boeira afirma serem das vendas porque ele pessoalmente as emitiu. Falou ainda que não há restrição de comércio da espuma, que é a mesma existente em colchões, cadeiras etc. Que o produto vem do fabricante enrolado em sacos plásticos pretos sem nenhuma especificação.

Marcelo Barcelos Brum, fotógrafo
Foi quem gravou o clip da banda de Kiko, Projeto Pantana em 2012. Disse que fizeram gravações na boate Kiss, em um dia que havia festa do curso de Medicina e que os estudantes fizeram figuração no clip. Que foi usada uma máquina locada por Kiko que, acionada por controle remoto, soltava chamas de 2m50cm de altura. Que ela foi colocada no chão junto ao palco e que a área foi isolada com uma corda, para que o público ficasse a uma distância de cerca de 2m. A gravação teria sido quatro meses antes da tragédia e o clip seria lançado na semana seguinte ao incêndio. Disse que é amigo pessoal de Kiko e, por isso, foi ouvido como informante.

Guilherme Nascimento Monte, frequentador da Kiss
Disse que frequentava o local, que costumava estar sempre lotado. Falou que menores entravam frequentemente sem restrição. Que muitas vezes viu uso de artefatos pirotécnicos em bebidas na Kiss. Ele perdeu amigos na tragédia e, por isso, foi ouvido como informante.

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