Maternidade

Casa de Saúde volta a fazer partos pelo SUS em Santa Maria

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Após mais de três meses sem realizar partos, na última quinta-feira a Casa de Saúde, hospital administrado pela Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), voltou a atender as gestantes. A equipe de obstetras, integrante da empresa Servmed, é praticamente a mesma que já trabalhava na instituição de Santa Maria antes do fim do contrato, em 1º de julho, quando os médicos romperam com a Sefas devido a questões salariais e de estrutura.

A irmã Ubaldina Souza e Silva, diretora presidente da Sefas, conta que a associação conversou com os profissionais e explicou sobre a complicada situação financeira vivida pela Casa de Saúde, que sofre com atrasos nos repasse de verbas públicas e chegou a atrasar salários para não suspender mais serviços. Apesar de não divulgar quanto os obstetras passaram a receber, Ubaldina afirma que houve um reajuste no valor pago por hora, além de melhorias nas condições solicitadas pelos profissionais. Fontes confirmaram ao "Diário" que os médicos receberam um incremento inicial por hora de aproximadamente 5,9%.

A médica Maria Aparecida Mayer, que responde pela Servmed, destaca que os médicos entenderam o período de crise e concordaram em voltar a trabalhar na instituição mesmo sem receber o percentual discutido em junho. Oito obstetras da Servmed atendem na Casa de Saúde, que tem plantão obstétrico 24 horas.
Conforme Maria Aparecida, pesou na decisão dos médicos as melhorias na infraestrutura do hospital, com a contratação de mais enfermeiros com especialização em maternidade - hoje, são cinco  além do aperfeiçoamento na gestão da unidade, percebida também nos setores de material, rouparia e alimentação.

Além de representar um alívio na demanda do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), o retorno dos atendimentos na Casa de Saúde traz alento à população. Que o diga a atendente de loja Vanessa Canabarro, 24 anos. Ela deu à luz o pequeno Davi Canabarro Xavier às 12h50min de domingo, após dar entrada às 8h20min com as primeiras contrações. O marido de Vanessa, o montador de móveis Gabriel Braga Xavier, 24, assistiu ao parto e era só felicidade com a chegada do segundo filho. Ele conta que os dois queriam muito que o menino nascesse na Casa de Saúde, onde a primeira filha do casal, Brenda, seis, veio ao mundo.

 Temos uma prima que trabalha aqui e fomos muito bem atendidos quando a Brenda nasceu. Ainda bem que foi possível a gente ser atendido aqui de novo  disse Xavier.

Até julho, o centro obstétrico da Casa de Saúde atendia a uma média de 90 partos/mês. Com o reinício das atividades, a irmã Ubaldina Souza e Silva afirma que o serviço está sendo retomado aos poucos, tendo condições de atender, inclusive, bem acima dessa capacidade. Apesar de o foco serem os partos normais, a instituição tem condições de fazer cesarianas em casos de urgência, uma vez que o bloco cirúrgico, danificado pelo temporal da última semana, voltou a operar normalmente.

No entanto, como não dispõe de UTI neonatal, os pacientes que requerem alta complexidade são encaminhados ao Hospital Universitário (Husm). Conforme Ubaldina, cerca de 85% dos pacientes atendidos na Casa de Saúde são de Santa Maria.

Único hospital que vinha fazendo partos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde a suspensão do serviço na Casa de Saúde, o Husm, sempre superlotado, tende a respirar mais aliviado nas próximas semanas. Em maio, por exemplo, a instituição fez 65 partos vaginais (normal). Em junho, esse número subiu para 92. E chegou a 155 em julho, 108 em agosto e 125 em setembro, além da demanda de cesárias.

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