É só sair para o pátio do Hospital Universitário Veterinário (HVU) que ele já é conhecido por todos. As pessoas olham para as profissionais que o acompanham e perguntam: "Este é o Bud? como ele está?". E a resposta dos veterinários é a mesma: ele está bem.
Um mês depois de o cachorrinho ser queimado vivo, o Diário foi até o hospital visitar Bud. Ele já não toma mais antibióticos, pois já não tem mais infecções.
Mas Bud ainda precisa de atenção especial e usa medicações para aliviar a dor. E se tudo ocorrer tudo dentro do esperado ele poderá voltar para casa daqui a duas semanas, estimam os profissionais que cuidam dele.
No HVU, ele já conquistou todos profissionais, estudantes e visitantes que passam pelo local.
Ele passou por uma cirurgia para a amputação do pênis e também foi preciso colocar uma uretra, para que ele conseguisse urinar. Durante o tratamento os curativos só eram feitos com ele anestesiado. Ele ainda passa por avaliações semanais, mas dá para dizer que se recuperou muito bem explica Maíra Scheid, médica veterinária residente do hospital e uma das profissionais que cuidou do animal ao longo do mês.
O dono do cachorro, Volmor Santos, não vê a hora do seu companheiro voltar para casa. Quando alguém da família vai visitar o cachorro, é notável que ele fica feliz, explicam as profissionais.
Pai e filho foram indiciados
Waldemar Eduardo Konig Filho e seu filho Maiquel Ruan Konig foram indiciados, no último dia 17, pelo crime de maus-tratos, pela Polícia Civil. O delegado Jun Sukekawa, que conduziu a investigação, conta que as testemunhas ouvidas falaram que viram o cachorro saindo machucado da casa dos dois, que fica na mesma quadra da residência do dono de Bud.
Na residência dos dois supeitos, há uma cadela que estaria no cio no dia do incêndio e como eles são donos de uma oficina, foi encontrado galões de gasolina no local.
_Além das testemunhas, vimos que a cadela tinha uns pelos queimados. Como o Bud teve o pênis necrosado, indica que estava exposto na hora, ou seja, ele estava copulando com a cadela _ explica o delegado.
Em depoimento à polícia, os dois negaram. Segundo Sukekawa, eles não se apresentaram com advogados. Nesta sexta-feira, o Diário tentou contato com eles, mas não conseguiu.
O inquérito foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal. Se os dois forem condenados, poderão responder com pena de três meses a um ano de reclusão. Por ser um crime de menor potencial, a pena pode ser substituída por prestação de serviços comunitários.
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