O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez o último pronunciamento como presidente da República nesta sexta-feira (30). Bolsonaro abriu uma live, depois de semanas longe das transmissões ao vivo, para fazer um balanço de seu mandato, que termina no sábado (31). Na transmissão afirmou que “o mundo não vai acabar a partir de 1 de janeiro”.
No início de sua fala, ele salientou que atitudes de violência política no país são sempre atribuídas a “bolsonaristas” e criticou a imprensa. Em seguida comentou sobre o explosivo que foi plantado em um caminhão de combustível perto do aeroporto da capital federal: “Nada justifica essa tentativa de ato terrorista que teve aqui em Brasília. O elemento que foi pego, graças a Deus, que não coaduna com nenhuma situação.”
O presidente também mencionou que defende a liberdade e a Constituição. Ao lembrar questões ligadas à pandemia da covid-19, Bolsonaro disse que os brasileiros foram proibidos de discutir as questões da doença:
– Não se podia falar sobre a Covid, tudo era dito que não existia comprovação científica, até a liberdade dos médicos foram tolhidas. Nós fizemos a nossa parte, quando foi possível e passou a ter vacinas no mercado, nós compramos mais de R$ 500 milhões de doses. Tomou quem quis, não obrigamos ninguém.
Balanço
Em seu pronunciamento Bolsonaro embargou a voz em alguns momentos e afirmou que o objetivo da transmissão era prestar contas e falar da questão política do país. Ao falar do balanço do seu governo destacou o aumento da validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), a quitação de dívidas pelo FIES, o ressurgimento do marco ferroviário, o Auxílio Brasil e a criação de empregos.
Além disso, ressaltou que seu mandato combateu a corrupção, diminuiu os impostos e viabilizou o porte de armas para combater a violência: “levamos a paz para o campo”. Também mencionou o Movimento Sem Terra (MST) e disse que foram raras as invasões de terra nos últimos quatro anos.
Relembrou a Lei de Liberdade Econômica e a privatização de estatais. O presidente também comentou os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais do Exército em cidades do país. Para Bolsonaro, as manifestações são espontâneas e não são lideradas por ninguém. Ele afirmou que não tem participação nos atos.
Bolsonaro criticou Lula, seu sucessor no Palácio da Alvorada, e pediu para a população comparar os seus ministros com os anunciados para o novo governo. Disse que o novo governo quer voltar a cobrar impostos federais e destacou que o parlamento está mais conservador e mais de direita.
– O que temos pela frente agora, a partir de janeiro, não é bom, mas não é por isso que a gente vai jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com seus vizinhos agora com muito mais propriedade e conhecimento – comentou.