Após assassinato de jovem, “Festa do Brahma” dá espaço para silêncio e vazio na Saturnino

A noite da quinta-feira (15) mostrou um cenário bem diferente do início da semana, isso tudo um dia após um jovem ser assassinado na região central de Santa Maria ao final da “Calourada Segura”.

O que era para ser uma festa, uma comemoração, ou pelo menos um momento de descontração e lazer, terminou em tragédia para uma família de Santa Maria. Mesmo após pedidos do pai e da mãe para que os filhos não saíssem de casa, Leonardo da Silva Pereira Almeida, de 22 anos e o irmão, João Vitor, 18, foram até a Praça Saturnino de Brito, onde acontece a “Calourada Segura”.

Quando retornavam para casa a pé pela Rua Coronel Niederauer, os dois irmãos e um amigo foram assaltados por um grupo de pelo menos sete pessoas. O assalto virou um latrocínio (roubo com morte), pois durante a ação, mesmo tendo entregue o celular e seus pertences, Leonardo foi executado na frente do portão do quartel dos bombeiros.  

Conforme a ocorrência registrada pela Brigada Militar (BM), o crime aconteceu por volta das 2h10min, quando os irmãos e o amigo foram abordados e assaltados. Após roubarem as vítimas e agredirem Leonardo, os criminosos se espalharam e correram em várias direções. Baleado e agredido a golpes de facão, a vítima foi socorrida pelos bombeiros e encaminhada ao Pronto-Atendimento (PA) do Patronato, mas não resistiu.

As câmeras do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) flagraram o assalto. Na cena, João Vitor estaria entregando celular aos ladrões. Enquanto isso, o amigo corre em direção à esquina, e alguns assaltantes vão atrás.

Vídeo de câmeras de segurança gravaram o momento em que o jovem é atingido com golpes de facão e é atingido pelos tiros. Foto: Reprodução

Enquanto isso, Leonardo caminha no meio da rua e fala com dois assaltantes. Quando chegam em frente aos bombeiros, o jovem é cercado. Um dos assaltantes aponta a arma para ele. Em seguida outro assaltante chega e dá um golpe de facão na cabeça de Leonardo. Na sequência, outro dá tiros contra a vítima, que acaba caindo no meio da rua. A violência não cessa. Logo depois, um assaltante volta e dá mais dois golpes de facão na cabeça de Leonardo, que já está caído na rua.

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Prisões

Logo após o crime, a sala de operações no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) é informada do crime e aciona uma viatura da Força Tática. Os policiais abordam três suspeitos na Rua Appel, em frente ao Centro Desportivo Municipal. Após revistar e identificar os suspeitos, os policiais apreenderam um simulacro (arma de brinquedo), um facão e um telefone celular que poderia ser de uma das vítimas.

O trio foi levado à delegacia. Os suspeitos foram reconhecidos por outra vítima que também foi assaltada. Dois dos suspeitos que são maiores de 18 anos foram presos. Um adolescente foi ouvido e entregue aos responsáveis. A arma de brinquedo, o facão e o telefone foram apreendidos. O telefone irá passar por perícia.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Este foi o primeiro latrocínio do ano em Santa Maria, e o 49º assassinato desde janeiro.  

Conforme o delegado André Diefenbach, titular da Draco e que comanda as investigações, o irmão da vítima que testemunhou o crime já foi ouvido.

– Recolhemos imagens, algumas da rede pública do Ciosp. Temos equipes nas ruas recolhendo imagens de câmeras da trajetória dos criminosos, em casas, prédios e comércios da região. Outros policiais foram ouvir suspeitos presos para ver se tem alguma relação. Apesar de o irmão da vítima não ter reconhecido, ele narra que alguns dos autores estavam usando mascará de Covid. O irmão da vítima contou que quando eles caminhavam pela Niederauer, ele ouviu um grito e quando ele viu, o bando estava roubando uma mulher e dois homens um pouco antes – conta Diefenbach.

Conforme o delegado, outras vítimas que foram assaltadas durante a madrugada devem procurar a polícia para fazer o registro da ocorrência, prestar depoimento e ajudar a identificar os suspeitos dos crimes. Denúncias e vídeos podem ser enviados ao WhatsApp da Draco: (55) 98425-6082.

Endereço da polêmica há 20 anos

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