Saúde

Apenas uma das cinco ambulâncias do Samu está nas ruas

Jaiana Garcia

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O Serviço de Atendimento Móvel (Samu) de Santa Maria está na UTI. Das cinco ambulâncias existentes no município, apenas uma está funcionando. Na terça-feira, uma pane elétrica em um dos veículos causou um princípio de incêndio no motor.

Na semana passada, a mesma ambulância teve problemas elétricos e ficou parada durante um turno. Outras duas ambulâncias também estão estragadas. Uma se envolveu em um acidente de trânsito, em 29 de março, e outra está com o motor fundido. O serviço da quinta ambulância, que deveria atender a Região Central, não teve adesão de municípios vizinhos e o veículo está parado.

De acordo a irmã Ubaldina Souza e Silva, diretora-presidente da Associação Franciscana de Assistência a Saúde (Sefas), responsável pelo Samu na cidade, orçamentos estão sendo feitos para realizar o conserto da ambulância com problemas no motor. O outro veículo, que teve danos na lataria no acidente, está aguardando a liberação do seguro para ser consertado. A previsão, segundo a irmã, é que isso ocorra até o fim desta semana.

O convênio entre Sefas e prefeitura foi assinado em 2011. São repassados, mensalmente, R$ 178 mil para manter as quatro ambulâncias no atendimento à população. Conforme a diretora-presidente, 35% vão para a manutenção dos veículos. A associação não precisa fazer licitação para realizar os consertos, apenas uma pesquisa de preços.

Para a Sefas, o valor recebido pelo convênio não é suficiente para suprir os custos do Samu. O dinheiro é usado para pagar salários, combustível, medicamentos, roupas e repor equipamentos das ambulâncias. Em abril, deve haver um reajuste no valor, calculado por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Enquanto as ambulâncias ficam paradas, os funcionários (um médico, um enfermeiro, um condutor e técnicos de enfermagem) se revezam nos plantões e cumprem escala.

Bombeiros também estão sem carro de resgate

O Corpo de Bombeiros também presta serviços de socorro em Santa Maria, mas a ambulância de suporte avançado, que faz o transporte de pacientes até o hospital, também se envolveu em um acidente e está parada desde 21 de março. De acordo com o comandante do 4º CRB, tenente-coronel Luiz Gonçalves Maya, não há previsão de conserto do veículo que precisa de chapeamento, pintura e reposição de peças. Por enquanto, apenas uma viatura de resgate atende os primeiros socorros, mas não pode transportar feridos. Maya ressalta que, quando as ambulâncias do Samu estão com problemas, o número de ligações para o 193 aumenta.

– Eu não tenho ideia de números, mas a quantidade de chamados cresce – afirma.  
Condutores cruzarão os braços

Os condutores das ambulâncias, que também trabalham como socorristas, reclamam das condições dos veículos e do salário defasado. Os 18 motoristas pretendem realizar uma paralisação nesta semana. Paulo Barbosa, que trabalha há quatro anos como condutor de ambulância, diz que tem medo de acidentes com os veículos mal conservados.

– Rodamos cerca de 30 quilômetros por turno, fora os deslocamentos para as estradas. A comunidade cobra atendimento, mas não temos condições de atender – reclama Barbosa.

A diretora da Sefas afirma que os condutores trabalham para uma empresa privada e que a responsabilidade pela paralisação é deles.

– Não vai mudar nada. Vai mudar o quê? – diz Ubaldina.

A irmã acha que as condições de trabalho são boas e que as reclamações não procede"

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