Outubro rosa

A desmistificação do câncer de mama e como enfrentá-lo

Marilíce Daronco

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Juliana Rorato, 28 anos, auxiliar administrativa; Suelem Viega, 32, nutricionista; Tanise Pozzobon, 31, publicitária; e Larissa Paes Barreto, 29 anos, empresária. As quatro jovens de Santa Maria nunca souberam de parentes que tiveram câncer e levavam uma vida saudável, que incluía atividades físicas e alimentação sem extravagâncias. Mas, em diferentes épocas, ao tocarem os seios, descobriram nódulos. Em uma ida ao médico, veio o diagnóstico: era câncer de mama.

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É difícil alguém não se assustar ao receber a notícia. E não é para menos. Dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada 36 minutos, uma brasileira morre vítima da doença. Mais assustador ainda é que, a cada 10 casos, sete são diagnosticados em fase avançada, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo.
Suelem descobriu o primeiro nódulo com 27 anos. Para ela, tudo aconteceu muito rápido. Em uma semana, notou o caroço. Duas semanas depois, já estava retirando um quadrante da mama e, depois, iniciou a quimioterapia.

_ Depois desse tratamento, me dei por curada. Mas quando fiz 30 anos, pela primeira vez fiz uma mamografia e apareceu novamente o câncer, em fase inicial. Aí foi mais difícil. Cheguei a pensar que ia morrer. Conversei com o oncologista e decidi retirar as minhas duas mamas. Em abril de 2012, fiz a cirurgia e, um ano depois, coloquei a prótese. Vou seguir tomando um medicamento por cinco anos, mas levo uma vida normal e é isso que tento passar para as outras pessoas: o câncer não termina sempre em morte _ conta Suelem.

Troca de experiências

No mês em que Santa Maria, e o mundo se mobilizam para alertar sobre a doença, na campanha Outubro Rosa, o Bem Viver ouviu especialistas da área médica e as quatro jovens para elaborar um guia com dicas de especialistas e das quatro jovens (leia no quadro abaixo).

Da forma de contornar a queda do cabelo e das sobrancelhas _ apontada como uma das fases mais difíceis da quimioterapia _ até a necessidade de uma alimentação ainda mais saudável para melhorar a imunidade, não faltam experiências que podem ser trocadas entre as pacientes.

Pensando nisso, Suelem, Juliana, Tanise e Larissa decidiram montar uma fanpage no Facebook onde dão uma série de dicas para quem enfrenta o câncer de mama. No Clube20, elas ensinam desde as diferentes formas de amarrar um lenço até a forma como aprenderam a lidar com a doença.

Desmistificando

Cada uma das meninas que integram o projeto passa por uma fase diferente da doença. Enquanto Suelem já fez a mastectomia há mais de um ano, Tanise retirou a mama em dezembro do ano passado. Juliana descobriu que estava com câncer de mama em fevereiro e  retirou os dois seios em março. E Larissa, que não irá fazer mastectomia, deve passar pela cirurgia para retirar o que sobrou do nódulo em dezembro.

_ Trocar experiências é muito importante porque, quando a gente fala em câncer, as pessoas logo pensam em morte, em dor. É ruim, é difícil, mas não é bem como falam. Há chances de cura também. Ter de tirar os seios é difícil, muito difícil. Mas queremos desmistificar coisas, como a que diz que a cirurgia deixa enormes cicatrizes _ diz Juliana.

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