A criança que um dia sou

Daniela Minello

A criança que um dia sou

As memórias que em mim habitam, falam muito sobre tempos. Tempos passados e tempos presentes. O que é o tempo quando a presença é constante? Já parou para pensar que o que passou muitas vezes continuou e é o você de agora? O tempo que em mim habita tem os sentidos da infância presente. Presente no tempo, presente sentido. Quanto de nossas crianças trazemos em nós e não percebemos? 

Nossas crianças precisam de abraços, nossas crianças precisam de cuidados, nossas crianças precisam de amor, nossas crianças precisam de escuta e tempos de compreensão.

Quanto tempo dedico a brincar com minhas histórias e trazer à tona os sentidos da infância? Infância tem cheiro, infância tem gosto, infância tem sons, infância tem sabor, infância tem toque e tem a magia dos sonhos possíveis.

Sonhar e imaginar com o presente que é agora e com o futuro que também um dia será presente. Que criança é essa que hoje você é? Ela permite você sorrir das coisas simples? Ela permite você chorar? Ela permite você se encantar? Quanto de amor o tempo somou em sua vida? Sentimentos, histórias, lembranças, situações e fatos vividos nos compõem o hoje presente.

O tempo é estado de presença ou de ausência e, quando percebemos, ele está em estado de lembrança. Que tempos são esses que agora trazemos? De tempos em tempos, acionamos sem perceber, muitas de nossas memórias passadas contidas em ações presentes. Somos capazes de acolher o passado em forma de afeto? Permitimos nos afetar?

Conseguimos dialogar ou simplesmente silenciamos? A criança que um dia sou precisa da sua entrega, precisa de atenção, precisa de cuidado, precisa de escuta, precisa de afago, precisa de você, precisa ser você para que a chama do amor permaneça acesa em vida presente.

As fases de nossas vidas são feitas para serem bem vividas, do jeito possível que nos foi permitido e, não simplesmente, deletadas pelo juízo e pelo tempo que nos apagou. Tempo é presente. O tempo passado também foi presente e, hoje, está em nossas memórias e são as nossas ações. A criança que um dia fomos teria orgulho do adulto que hoje somos?

Das coisas improváveis mas “sonhaveis” da vida, um desejo que tanto me instiga seria um encontro da minha criança com todas as pessoas da minha vida na fase da infância. Teria tanto para elas falarem, teria tanto para elas demonstrarem em afetos.

Que bom que podemos sonhar. Os sonhos nos permitem brincar com um tempo que é atemporal e realizar nossos desejos. Continuo sonhando e aprendendo sobre tempos possíveis que vão, que voltam e permanecem no estado de presença que o tempo presente mostra sobre a criança que continuo sendo. Desperte a criança que há em você. Sempre é tempo de viver e sonhar com os presentes possíveis que nos permitimos. 

A criança que um dia sou é presente em minha vida.

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