Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)
Mesmo com o bloqueio da maioria das rodovias de acesso a Santa Maria, os supermercados da cidade não devem ter falta de alimentos, ao menos neste momento. Produtos, como verduras, frutas e hortaliças, estão sendo comprados de outros Estados e devem chegar na Região Central via norte do Estado.
A informação foi dada na tarde deste domingo (5) pelo empresário Gilberto Cremonese, presidente do Sindigêneros, sindicato que congrega os supermercados de Santa Maria. Segundo ele informou à Rádio CDN, os alimentos virão de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
O feijão, que está em falta, deve começar a chegar nesta semana.
- Não há desabastecimento. O que pode ocorrer é a falta de alguns produtos, mas os hortifrúti vêm de São Paulo, Minas, Santa Catarina e Paraná, e isso está fluindo - afirmou.
Nesta segunda-feira (6), os supermercadistas poderão definir melhor o transporte com as empresas fornecedores de fora do Rio Grande do Sul. Além disso, há expectativa de tempo bom até terça-feira (7), o que deve permitir o conserto de rodovias, liberando mais rotas para a chega dos produtos essenciais aos supermercados.
Frete e ICMS
Sobre o aumento de preços, Cremonese ponderou duas questões importantes no momento, e que podem refletir no preço final aos consumidores. Uma é o valor do frete. Como os produtos vêm de locais mais distantes, o transporte encarece, o que impacta no preço nas gôndolas dos supermercados.
Além disso, outro fator que gerou alta nos itens da cesta básica é a nova tabela do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que entrou em vigor em 1º de maio. As novas alíquotas do tributo incidem na maioria dos alimentos básicos, como carne, leite, ovos e pão.
O presidente do Sindigêneros citou o caso do pão francês, o cacetinho, cuja alíquota de ICMS saltou de 0% para 12%.
- Claro que os preços podem se alterar. Mas não é prática de nossos associados e não houve preços abusivos - assegurou o presidente do Sindigêneros.
A reportagem do Diário esteve em supermercados da cidade no sábado (4) e não encontrou falta generalizada de produtos. A exceção é a água mineral sem gás, já que houve grande correria em busca do produto na semana passada devido à falta de abastecimento de água no município.
Até este domingo, 60% da cidade estava com o abastecimento da Corsan normalizado, o que deve reduzir a procura por água mineral. Os preços também se mantinham dentro dos valores praticados antes das chuvas.
Fornecimento de combustíveis
Não há falta de combustíveis de Santa Maria. A Distribuidora Santa Lucia, por exemplo, busca gasolina e diesel na Refinaria Riograndense, em Rio Grande, para onde há ligação via rodovias, informa o CEO da distribuidora, Gustavo Sonza.
A procura pela gasolina, que foi grande na semana passada, já diminuiu. A tendência é voltar ao normal nesta semana.
- Estamos conseguindo trazer combustível. Não estamos ilhados. E a demanda reduziu - diz Sonza.
O que deixa os postos em alerta, agora, é a cheia na Região Metropolitana que atingiu a Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, e a base de distribuição em Esteio. Essas unidades não estão fornecendo combustível ao interior do Estado.