Lula participa de nova comitiva no Rio Grande do Sul; cenário do Estado é comparado com o de guerra por representantes

Arianne Lima e Maria Júlia Corrêa

Lula participa de nova comitiva no Rio Grande do Sul; cenário do Estado é comparado com o de guerra por representantes

Foto: Ricardo Stuckert (Divulgação)

Neste domingo (5), o presidente Lula retornou pela segunda vez ao Rio Grande do Sul para acompanhar de perto os estragos causados pelas enchentes e chuva histórica que atingiu as cidades gaúchas. Em pronunciamento, na capital gaúcha, ao lado do governador Eduardo Leite (PSDB) e outras autoridades, ele prometeu que não faltarão esforços para ajudar na reconstrução do Estado.


Quem iniciou a fala foi o governador gaúcho. Com registros fotográficos e dados, Leite fez um panorama dos municípios gaúchos mais atingidos pelas fortes chuvas, citou como os trabalhos estão sendo conduzidos e agradeceu a todos que estão envolvidos nos resgates. O planejamento foi apresentado pelo governador, que descreveu a situação como um “cenário de guerra e que exigirá um trabalho de pós-guerra”.



– Todas as estruturas públicas também foram atingidas. O Rio Grande do Sul é um estado que já tem problemas para operar em sua normalidade, imagina agora em tempos de excepcionalidade. Não teremos folêgo financeiro para responder se não tivermos condições, que já são de conhecimento de todos, inclusive a burocracia – afirmou o governador.


Sobre a região central do Estado, Leite apresentou um panorama dos principais municípios afetados, afirmando que possui registros fotográficos dos danos causados:


– A região central do Estado que tem bacias hidrográficas como Baixo Jacuí, Alto Jacuí, Vacacai, Vacacaí Mirim e Ibicuí. Os bloqueios rodoviários diversos envolvendo essa região. Então, Santa Maria, já temos fotografias de estragos em diversas pontes, a chuva também atingiu fortemente Cachoeira do Sul, Agudo e Santa Cruz do Sul, entre outros munícipios da Região Central.


Após uma breve apresentação sobre o cenário gaúcho, o governador falou sobre a atual situação financeira do Estado. De acordo com ele, medidas já estavam sendo planejadas desde o ano passado, porém, com os mais recentes acontecimentos, será necessário repensar essas medidas "em um grau e proporção absurdamente maior":


– São 10 eventos climáticos em menos de um ano no Rio Grande do Sul. Todos eles relacionados, então, eles têm sido uma constante no nosso Estado e esse com uma severidade absurda. E eu insisto na restrição financeira e severa que nós temos. As autoridades que estão aqui precisam ver isso e perceber. Presidentes Lira e Pacheco, comparando com os três estados do sul do Brasil, a receita líquida nossa é igual, mas o déficit da nossa previdência é maior. O déficit per capita é maior. A nossa dívida per capita é de R$ 10 mil. Os outros estados é de R$ 3 mil. O que estou tentando dizer é que a máquina pública está sufocada com essa situação e não vai conseguir dar respostas se nós não usarmos de ações excepcionais do ponto de vista fiscal.


Ao finalizar sua fala, Leite se direcionou a Lula, que estava ao seu lado, e pediu união:


– O lema do seu governo é "união e reconstrução". Mais do que nunca, essa reconstrução é necessária. Terá que ser a maior união da população gaúcha para reconstruírmos o nosso Estado. Conto com o seu poder de mobilização para isso.


Na sequência, o ministro Waldez Goes falou sobre que a frequência dos novos eventos climáticos pedem uma resposta mais ágil e rápida nos serviços oferecidos, além do reforço na prevenção.

– Os equipamentos usados para resgate são centenas. Na região metropolitana de Porto Alegre, por exemplo, 15 aeronaves atuaram ao mesmo tempo. São muitos equipamentos, mas são centenas de estragos. Talvez vocês nunca tenham ouvido falar sobre isso em nenhum lugar do mundo. Existe muita sinergia entre as Forças Armadas, tem a recomendação do Governo e não vamos agir diferente disso. 


Também falaram o ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Artur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e Rodrigo Pacheco, presidente do Senado. 


Ao final, o presidente Lula abordou a situação que lhe foi relatada sobre Santa Maria e ressaltou a importância que todos representantes da comitiva constatem, com os próprios olhos, a magnitude da tragédia:


– O ministro da defesa, José Múcio, chegou em Brasília e falou para mim que nunca tinha visto tanta água cair do céu como em Santa Maria. Ele chegou assustado ao ver a quantidade de água. 


O presidente afirmou que está ciente da situação financeira do Estado e prometeu que o Governo Federal, junto com o Ministério dos Transportes, vai ajudar na reconstrução também das rodovias estaduais. Também falou sobre investimentos a serem feitos na educação, saúde e sobre linhas de crédito a serem facilitadas para os produtores rurais que foram prejudicados pelo temporal.


– A ministra Marina Silva vai apresentar um plano voltado para as condições climáticas. Para que a gente pare de correr atrás da desgraça. É preciso vermos com antecedência o que pode ocorrer e, assim, atuarmos na prevenção. Já pedi a Deus para que pare de chover para que o povo gaúcho possa voltar a sorrir e ter esperança – relatou.


De uma forma geral, Lula afirmou que os diversos ministérios vão unir forças para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul e prometeu que não faltarão esforços para recuperar o Estado.


– Esse Estado é muito importante para o país. Por isso, quero dizer ao povo gaúcho que vamos dar ao Rio Grande do Sul aquilo que ele merece, está na hora do Brasil ajudar o Sul. Não haverá impedimento da burocracia para que a gente recupere a grandiosidade desse Estado. 



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