19º homicídio

'Se o menino que matou meu filho for solto, vai virar uma guerra'

Jaiana Garcia e Liciane Brun

Uma semana depois de receber um telefonema que mudaria suas vidas para sempre, o chapeador mecânico Alessandro Brites, 40 anos, e a dona de casa, Jucimar dos Santos Soares, 41 anos, fizeram um desabafo e um apelo.

— Espero que essa pessoa, que tirou a vida do meu filho de maneira covarde, pare e pense. Ele deve ter família também. Agora, ele está preso e uma hora vai sair de lá, mas o nosso filho ele não vai devolver — lamenta a mãe de Dian Luca dos Santos Soares, adolescente de 14 anos assassinado na Rua Ângelo Uglione por volta das 19h de sábado, dia 18.

Assassinato de adolescente expõe a violência que envolve jovens em Santa Maria

Temendo que a morte do caçula se torne uma guerra, o pai faz um apelo à Justiça:

— Se esse menino que matou meu filho for solto, vai virar uma guerra. Um vai ficar vingando o outro e essa história não vai ter fim — alerta o pai.

Inconformados com a tragédia que se abateu sobre a família, os pais lembram do filho mais novo como um menino tímido, bem educado e querido. Jucimar lembra que Dian gostava de cuidar de animais e ir para a escola. O pai conta que o filho gostava de mexer com carros e acredita que ele seguiria sua profissão no futuro.

Após morte de adolescente, promessa de vingança surge nas redes sociais

Antes da missa de sétimo dia, que ocorreu neste sábado, na Capela São Pedro, no bairro João Goulart, os pais contaram que o adolescente saiu de casa no sábado de tarde com o irmão de 18 anos para ir ao Centro. O mais velho voltou, e Dian ficou com outros amigos. Horas depois, a família recebeu a ligação relatando o assassinato do filho, que cursava o 7º ano da Escola Estadual Rômulo Zanchi.

Na entrevista que concederam ao Diário antes da missa, os pais contam que Dian apresentava um comportamento diferente nos últimos meses — ele estava de castigo por causa de problemas na escola. Falam sobre a rixa entre os grupos de adolescentes e alertam para medo de as brigas não terem fim.

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Diário de Santa Maria — Vocês perceberam algum comportamento diferente do Dian? Se ele estava andando com um grupo diferente de amigos?

Alessandro Brites — Não. É gurizada que a gente conhece, aqui de perto, da vila do lado.

Jucimar Soares — Ele estava muito distante, tinha problemas na escola. Conhecemos as amizades dele da volta, a gente não imagina com que tipo de amizade ele andava por fora. Ele não demonstrou nada em nenhum momento, estava apenas numa fase rebelde, achei que era por causa da idade. Ele não era perfeito, era um adolescente que estava numa fase difícil. A gente estava sempre conversando, explicando. Uma semana antes disso tudo acontecer, infelizmente, a gente sentou e conversou com ele e os outros dois irmãos sobre o que podia acontecer, o que a gente não queria era uma notícias dessas.

Diário — Vocês se preocupam com as ameaças que estão

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