Entrevista

'Manter os quartéis abertos, esse é o grande desafio', afirma comandante dos bombeiros

Lizie Antonello

P>O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Estado, tenente-coronel Adriano Krukoski, esteve em Santa Maria para participar de uma reunião entre os 12 comandos regionais da corporação. Ele também fez a abertura de um seminário sobre prevenção a incêndio para bombeiros da área de abrangência do 4º Comando Regional. Krukoski assumiu o cargo na última quarta-feira e concedeu ao “Diário” sua primeira entrevista como comandante estadual dos bombeiros.

Natural de Bagé, Krukoski é engenheiro civil e comandou o 1º Comando Regional de Bombeiros, com sede em Porto Alegre. O comandante falou sobre a informatização dos processos de obtenção de alvarás de prevenção de incêndios, sobre os reflexos do incêndio da Kiss para os bombeiros e sobre o futuro da corporação. Confira, abaixo, trechos da entrevista:

Diário de Santa Maria – Quais demandas os comandos regionais lhe trouxeram nessa reunião em Santa Maria?

Tenente-coronel Adriano Krukoski – Tratamos sobre questões de prevenção, operacionais, de atualização da legislação, efetivo, horas-extras, diárias. Queremos fazer uma reunião por mês.

Diário – Como está sendo o processo de desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar?

Krukoski – Excepcional, com condução adequada, sem constrangimentos.

Diário – O orçamento sempre foi um dos argumentos na defesa da desvinculação. Quanto cabe aos bombeiros dos recursos do Estado?

Krukoski – Não podemos falar em valores, porque está muito fracionado. Houve cortes. Estamos nos adaptando à nova realidade. Tem atendido à necessidade de custeio. Investimentos, não. O importante é que o Corpo de Bombeiros já está fazendo a gestão do próprio orçamento.

Diário – Qual a prioridade?

Krukoski – Manter os quartéis abertos, esse é o grande desafio. Em termos de viaturas, temos antigas, mas a maioria é nova. Com isso, conseguimos usar o dinheiro de custeio de veículos para aquisição de fardamento, EPIs (Equipamentos Individuais de Proteção).

Diário – Há risco de fechar unidades?

Krukoski – Temos conseguido manter as unidades abertas dessa forma. Mas é possível que, logo adiante, tenhamos que fechar quartéis.

Diário – Falta efetivo?

Krukoski – Temos o efetivo mínimo para manter o serviço operando. Existem 400 concursados esperando para serem chamados para cursos de treinamento. A não ser que haja uma exceção, no primeiro semestre não serão chamados.

Diário – Soldados de Santa Maria disseram, em depoimento à Justiça Militar, que, antes do incêndio na Kiss, faltavam equipamentos. Há equipamentos para todos?

Krukoski – Acredito que, hoje, todos os bombeiros militares tenham seus EPIs. Temos deficiência na proteção respiratória. Mas não é realidade nem no Brasil nem no mundo, cada bombeiro ter o seu equipamento de proteção respiratória (EPR). Houve uma grande preocupação, depois da Kiss, em proteger o homem para trabalhar nesse tipo de situação.

Diário – O senhor aprova o modelo Funrebom (Fundo de Reequipamento dos Bombeiros) em que as taxas pagas aos bombeiros são administradas pelo município?

Krukoski – Hoje, em termos de retorno para a sociedade, prestação de contas, o Funrebom poderia ser modelo para outras áreas. Nele, 100% dos recursos arrecadados com prevenção de incêndios e com serviços não emergenciais revertem para a atividade de bombeiro, para aquisição de EPIs, mobiliário, viaturas.

Diário – Como o indiciamento de bombeiros no caso Kiss afetou a corporação?

Krukoski – Num primeiro momento, foi extremamente negativo para a tropa, que foi abalada por absurdos colocados no inquérito policial. No seg

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