Natural de Bagé, Krukoski é engenheiro civil e comandou o 1º Comando Regional de Bombeiros, com sede em Porto Alegre. O comandante falou sobre a informatização dos processos de obtenção de alvarás de prevenção de incêndios, sobre os reflexos do incêndio da Kiss para os bombeiros e sobre o futuro da corporação. Confira, abaixo, trechos da entrevista:
Diário de Santa Maria Quais demandas os comandos regionais lhe trouxeram nessa reunião em Santa Maria?
Tenente-coronel Adriano Krukoski Tratamos sobre questões de prevenção, operacionais, de atualização da legislação, efetivo, horas-extras, diárias. Queremos fazer uma reunião por mês.
Diário Como está sendo o processo de desvinculação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar?
Krukoski Excepcional, com condução adequada, sem constrangimentos.
Diário O orçamento sempre foi um dos argumentos na defesa da desvinculação. Quanto cabe aos bombeiros dos recursos do Estado?
Krukoski Não podemos falar em valores, porque está muito fracionado. Houve cortes. Estamos nos adaptando à nova realidade. Tem atendido à necessidade de custeio. Investimentos, não. O importante é que o Corpo de Bombeiros já está fazendo a gestão do próprio orçamento.
Diário Qual a prioridade?
Krukoski Manter os quartéis abertos, esse é o grande desafio. Em termos de viaturas, temos antigas, mas a maioria é nova. Com isso, conseguimos usar o dinheiro de custeio de veículos para aquisição de fardamento, EPIs (Equipamentos Individuais de Proteção).
Diário Há risco de fechar unidades?
Krukoski Temos conseguido manter as unidades abertas dessa forma. Mas é possível que, logo adiante, tenhamos que fechar quartéis.
Diário Falta efetivo?
Krukoski Temos o efetivo mínimo para manter o serviço operando. Existem 400 concursados esperando para serem chamados para cursos de treinamento. A não ser que haja uma exceção, no primeiro semestre não serão chamados.
Diário Soldados de Santa Maria disseram, em depoimento à Justiça Militar, que, antes do incêndio na Kiss, faltavam equipamentos. Há equipamentos para todos?
Krukoski Acredito que, hoje, todos os bombeiros militares tenham seus EPIs. Temos deficiência na proteção respiratória. Mas não é realidade nem no Brasil nem no mundo, cada bombeiro ter o seu equipamento de proteção respiratória (EPR). Houve uma grande preocupação, depois da Kiss, em proteger o homem para trabalhar nesse tipo de situação.
Diário O senhor aprova o modelo Funrebom (Fundo de Reequipamento dos Bombeiros) em que as taxas pagas aos bombeiros são administradas pelo município?
Krukoski Hoje, em termos de retorno para a sociedade, prestação de contas, o Funrebom poderia ser modelo para outras áreas. Nele, 100% dos recursos arrecadados com prevenção de incêndios e com serviços não emergenciais revertem para a atividade de bombeiro, para aquisição de EPIs, mobiliário, viaturas.
Diário Como o indiciamento de bombeiros no caso Kiss afetou a corporação?
Krukoski Num primeiro momento, foi extremamente negativo para a tropa, que foi abalada por absurdos colocados no inquérito policial. No seg