'Já ameaçaram colocar fogo na nossa casa e no colégio', diz moradora

A dona de casa de 32 anos que foi buscar o filho de 14 anos na Escola Adelmo Simas Genro, depois que ele levou um golpe de facão no braço, na semana passada, conta como é a agonia da insegurança na escola:

Diário de Santa Maria _ Por que seu filho foi agredido?
Mãe _ Ele sempre vem bem arrumado para a escola, é muito querido pelas gurias, que ficam em volta dele. Isso despertou o ciúme dos guris da gangue. Eles começaram a prometer ele.

Diário _ Mas ele teve algum relacionamento com a namorada de algum deles ou está envolvido com o tráfico?
Mãe _ Não, de jeito nenhum. Na terça-feira, o dono da gangue apareceu com facão e tentou dar na cabeça do meu filho. Ele foi se proteger com o braço, e levou o golpe no braço. Mas a gangue disse que não ia ficar assim. Comecei a ter de levar e trazer meus filhos na escola, com medo de que aconteça algo com eles.

Diário _ Na sexta a senhora viu quando ele foi agredido novamente. Como aconteceu?
Mãe _ Eu vi que tinha dois guris perto de uma janela e outros quatro no portão. Quando vi, um deles deu um pontapé no meu filho. E eu corri, perguntando o que ele estava fazendo. Ele me disse para eu ficar de fora que não era comigo, e eu respondi que era comigo sim, porque era o meu filho. Então, ele disse que se era meu filho, eu ia levar primeiro e veio para o meu lado com um facão. Nós conseguimos fugir para a escola e eles tentaram invadir a escola. Então, a BM foi chamada. Quando os policiais chegaram, os meninos foram embora, riscando facão pela rua, ameaçando a gente.

Diário _ Como tem sido para vocês conviver com essa insegurança?
Mãe _ Não como, não durmo, não sei mais o que pensar. Tenho medo que meus filhos sejam atacados em casa, na rua ou na escola. Porque não estamos seguros em nenhum desses lugares. Eles já disseram que vão voltar. Já ameaçaram colocar fogo na nossa casa e no colégio.