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Na pandemia, preparação para o Enem exige maior esforço dos candidatos

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Foto: Renan Mattos (Diário)
Chaiane Silva, 20 anos, quer ingressar no curso de Pedagogia. Sem internet, ela estuda com apostilas e livros

Cursar o Ensino Superior habita no imaginário das pessoas. Seja para obter um diploma, melhorar as condições financeiras ou seguir a carreira tão desejada, o caminho para chegar lá tem sido um só: prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Marcado para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021, a edição 2020 será histórica, já que irá ocorrer no meio de uma pandemia. E a realidade atual, além de causar a reformulação do calendário letivo, também afetou diretamente a preparação dos alunos, tanto em casa quanto em cursos especializados. 

Se, por um lado, alguns candidatos têm tido aulas e suporte dos cursinhos preparatórios, outros contam com o que têm a mão para estudar. Chaiane Flores Pippi da Silva, 20 anos, quer cursar Pedagogia. Para isso, ela divide o dia entre o trabalho como babá, os cuidados da casa e dos irmãos que partilha com a mãe e os estudos. Sem acesso à internet, conta apenas com a do celular, que é limitada. Por isso, faz resumos dos livros, apostilas e xerox que possui. Já aprovada no curso que almeja na Universidade Franciscana (UFN), agora, espera pelo nome no listão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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- Aqui em casa, somos entre 10 irmãos e nos ajudamos da maneira que podemos. Eu trabalho o dia inteiro e ajudo mais a mãe à noite. Às vezes, de noite, é ruim de estudar porque acabo dormindo, fico muito cansada. Tenho livros de vários cursos e faço resumos. Mas é ruim não ter acesso à internet, porque hoje em dia ela é muito necessária, nela tem muitas coisas para estudar - conta Chaiane.

SONHO
Clacir Ebling, 60 anos, é um dos alunos do Pré-Universitário Popular Alternativa. Dentro do grupo de risco para o coronavírus, tem assistido às aulas online e estudado nos três turnos para realizar o sonho de ser aprovado no curso de Medicina. Ebling é representante comercial e, nos últimos 10 anos, tem visitado consultórios de nutricionistas e algumas especialidades médicas. Apesar de não ser de uma geração inserida na tecnologia desde que nasceu, tem encontrado na internet uma aliada na preparação para o Enem. 

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Foto: Arquivo Pessoal
Clacir Ebling, 60 anos, estuda no pré-vestibular Alternativa e irá prestar o Enem para ingressar no curso de Medicina

- A vontade de cursar Medicina começou quando eu tinha 10 anos. Fui amadurecendo, tive minha profissão quando completei 18 anos, fui militar por muitos anos. Mas sempre me vi em um consultório, em uma cirurgia, em um hospital. A medicina é uma paixão que está no meu sangue. Se até os 100 anos de idade eu me formar, está excelente, porque idade é um número na cabeça da gente, não é um peso. E a Medicina é uma coisa extraordinária, a população carece de atendimento, atenção, dedicação para resolver os problemas de saúde - afirma o candidato.

PREPARAÇÃO
Mesmo para os alunos que têm acesso à internet ou a um cursinho preparatório, o distanciamento social e a pandemia têm causado uma tensão extra somada a já estressante preparação para o Enem e outros processos seletivos. Júlia Abreu, 17 anos, está finalizando o Ensino Médio no Colégio Tiradentes e também é aluna do Pré-Universitário Popular Alternativa. Ela conta que, apesar de conseguir assistir às aulas de forma online, o emocional tem ficado bastante abalado: 

- No início da pandemia, a internet caía muito, variava muito, mas essa parte foi resolvida mais facilmente. Depois, o problema foi acompanhar as aulas, porque ficava desanimada. A gente conversava mais quando tinha aula da escola pelo Google Meet, e todos tinham esse desânimo, porque não têm contato, estímulo, é só uma tela do computador, e isso é muito cansativo. A maioria dos meus colegas acha que, neste ano, não vai ter muitas possibilidades de passar - diz a candidata ao curso de Arquitetura e Urbanismo.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)/
Kaísa Cassol, 21 anos, é aluna de cursinho preparatório e também vai fazer o Enem para conseguir uma vaga em Medicina

Outra aluna que tem estudado com o suporte de cursinho é Kaísa Cassol, 21 anos, que pleitea uma vaga no curso de Medicina na UFSM. Ela conta que tem realizado provas passadas do Enem, cronometrando o tempo e tentando simular as condições que encontrará em janeiro. Apesar das aulas direcionadas às disciplinas específicas, ela também disse ter sentido o impacto da pandemia:

- O mais difícil é o cansaço mental, porque a gente não estava acostumado a estudar por tanto tempo seguido. A prova era em outubro, novembro. Então, tem o cansaço, mas o nervosismo é normal.

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