Lista de material escolar está 8,5% mais cara em relação a 2023

Lista de material escolar está 8,5% mais cara em relação a 2023

Fotos: Beto Albert (Diário)

Fevereiro é o mês em que as famílias estão em busca das melhores opções no que se refere a materiais escolares antes do início das aulas. Nos estabelecimentos de Santa Maria,  o movimento se intensificou na última semana, e deve seguir até próximo ao dia 19, quando começa o ano letivo da rede estadual e municipal. Neste ano, comerciantes e clientes indicaram que alguns itens mantiveram os valores de 2023, exceto os estojos e as mochilas – esses foram considerados os mais caros. 

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No carrinho da representante comercial Thais Alves da Silva, 32 anos, estava a mochila que será usada durante o 3º ano da filha Isabela, 8. Antes de sair às compras, a mãe ouviu as colegas comentando, mas, ainda assim, não acreditou nos preços expostos nas prateleiras. 

– Não tem mais mochila por menos de R$ 100. Vou pagar R$ 130 nessa, mas já cheguei a pagar o mesmo valor em uma de rodinha. Os estojos... bom, tu não encontra um por menos de R$ 30. Minha colega disse que a filha dela gostou de um que custava R$ 100. Um absurdo de preço – reclama Thais. 


Em relação a 2023, os materiais escolares estão, em média, 8,5% mais caros. O levantamento é da Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae). O setor indica que os custos de produção aumentaram, e a alta do dólar impactou aqueles itens que são importados – na maioria das vezes, os estojos, as mochilas e os artigos de papelaria. 


Da prateleira ao carrinho 

Corredores cheios e filas na hora de pagar. Na loja em que o subgerente Daniel Martins Ayres, 40 anos, trabalha, o preço final ao consumidor depende de uma série de conversas com os fornecedores e de decisões internas. 

– Vendo os valores com os fornecedores, há itens que subiram cerca de 70% em comparação ao ano passado. Tivemos que reduzir esse material na loja para não repassar esse valor ao consumidor. E trabalhamos com muitas promoções. Então, a nossa margem sempre é menor – pontua Ayres. 

O  subgerente  ainda complementa que muitos clientes compram todos os itens da lista de materiais na loja. Levando em consideração a diversidade de produtos e preços, neste ano, as compras podem chegar a cerca de R$ 900 em apenas uma lista. Para quem tem mais de um filho em idade escolar, a conta fica ainda mais pesada.

A pesquisa de preço 

A ideia da pizzaiola Liliane Ronzoni, 45 anos, era comprar todos os itens em um lugar só, mas terá que pesquisar até achar uma mochila com preço em conta. Pelo período de uso, não compensa investir um valor alto nesse item. 

–  Queria uma mochila de R$ 80, mas, até agora, não achei. Só acima de R$ 100. Vou ter que rodar por aí para ver se acho – comenta.  

Tudo o que a dona de casa Aline Nicolini, 34 anos, não quer é ter que passar em mais de um estabelecimento. Ela precisa completar duas listas. Uma para o Cauã, 7, e outra para Arthur, 3 anos. 

Cauã, de 7 anos, e Arthur, de 3, acompanharam a compra dos artigos.

–  Vou comprar tudo aqui. Facilita para a locomoção, já que eu estou com as crianças, e até pela gasolina. Pesquisei, e realmente, para alguns itens, vale a pena pegar tudo aqui. Antes o pequeno não ia na escola, mas este ano, tem a compra para os dois. É pesado, mas preferimos fazer assim – explica Aline.   

Cuidados  

Durante a pesquisa de preços e diversidade de materiais escolares, a Secretaria Nacional do Consumidor chama atenção para uma série de orientações. Confira abaixo: 

Dicas para os consumidores 

  • A escola não pode solicitar na lista de material escolar produtos de uso coletivo, como os de higiene e limpeza
  • A instituição de ensino não pode exigir marcas ou locais de compra específicos para o material, nem sequer que os produtos sejam comprados no próprio estabelecimento de ensino, exceto para artigos que não são vendidos no comércio, como é o caso de apostilas pedagógicas próprias. Exceto essa situação, a exigência de compra na escola configura venda casada proibida pelo artigo 39, I, do Código de Defesa do Consumidor (CDC)
  • A escola somente pode recomendar que a criança não reutilize um livro usado por um irmão mais velho, por exemplo, se a obra estiver desatualizada. Caso o conteúdo esteja adequado, não há problema algum em reaproveitar o material
  • Tente desconto se for pagar à vista ou certifique-se de que a compra parcelada não inclui juros ou outros custos


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Bibiana Pinheiro

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