Com aulas da UFSM em recesso, passageiros reclamam da redução de horários de ônibus

As poucas linhas que passam pela Faixa Nova de Camobi sofreram redução com o recesso dos universitáriosFotos: Nathália Schneider (Diário)


Desde o dia 18 de dezembro, as paradas de ônibus de alguns locais têm ficado mais cheias em Santa Maria, sobretudo as da Faixa Nova de Camobi. Com o recesso dos mais de 25 mil estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), responsáveis por lotar a maioria dos ônibus das linhas que vão para a região, há uma queda significativa na demanda. Com isso, conforme a prefeitura, as ​viagens que atendem o campus foram reduzidas em 47%.

Como em outros anos, a Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria (ATU), responsável pelo transporte coletivo na cidade, está operando com horários especiais e redução de linhas até fevereiro.

Contudo, muitos trabalhadores da região Leste da cidade não contam com a possibilidade de um recesso neste período e seguem dependentes dos ônibus para ir até o local de trabalho. O resultado são horas a mais de espera nas paradas, especialmente nas da Faixa Nova que, regularmente, já conta com poucos horários de ônibus que passam pela via.


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Quem tem esperado quase uma hora a mais para voltar para casa nos últimos dias é a empregada doméstica Maria Machado,  59 anos. Ela trabalha há quase 15 anos no Parque Residencial Santa Lúcia e depende das rotas que passam pela Faixa Nova.

Cada vez que os estudantes entram de férias, eles devem pensar que as empregadas domésticas e outros funcionários também estão. Mas continuamos trabalhando. Os poucos ônibus que vêm, às vezes, estão lotados e até nos deixam na parada. Não tem o que fazer, tenho que cumprir horário, dependo do ônibus e não tenho como comprar carro. Podiam pensar mais em nós, trabalhadores, que somos prejudicados por essa mudança – diz Maria.


Alexsander do Nascimento, 18 anos, passa pela mesma situação. Ele mora no Alto da Boa Vista, no Bairro Santa Marta, e precisa se locomover diariamente até Camobi para trabalhar em uma empresa de limpeza próxima à Faixa Nova. Para voltar para casa, ele pega dois ônibus.

– É difícil. Ainda mais quando estamos trabalhando de madrugada ou em domingos e feriados. Parece que não pensam no trabalhador quando os universitários entram em férias. Não temos como pegar carros de aplicativo, então resta ficar aqui esperando um ônibus aparecer – conta Alexsander.


Demanda

Questionada, a prefeitura informou que a redução da oferta se dá proporcionalmente à queda da demanda das linhas. Por exemplo: as linhas que atendem a UFSM transportaram no dia 7 de novembro de 2023 (dia útil normal), 16.728 passageiros; e no dia 3 de janeiro de 2024 (dia útil normal no recesso escolar), foram 6.144 passageiros transportados, o que configura redução de 63%.

No entanto, conforme a prefeitura, as viagens que atendem o campus foram reduzidas em 47%; ou seja, reduziu menos do que a quantidade de passageiros transportados. Desta forma, a proporção entre os horários disponíveis em relação à demanda é excedente.

Conforme o empresário e representante da ATU, Edmilson Gabardo, a redução no número de passageiros é muito significativa, o que justifica a readequação na operação no mês de janeiro:

Nós transportamos, em período letivo, cerca de 65 mil passageiros por dia útil e agora estamos transportando 48 mil passageiros por dia. Consequentemente, não dá para manter a mesma operação, acaba encarecendo demais o serviço.


Ainda, conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana, a média de usuários de vale-transporte, que é de 24 mil passageiros no período letivo, cai para 19 mil no período de recesso escolar. Estudantes e professores contabilizam, durante o período letivo, uma média de 16 mil passageiros por dia, e no recesso caem para pouco mais de 3 mil diariamente.

Gabardo ainda reforça que os horários de pico se mantêm praticamente os mesmos neste período. O que foi feito é uma adequação nos horários do chamado período de entrepico, das 9h às 16h.

– Essa readequação acontece todos os anos. No início de fevereiro, quando as atividades e o movimento começam a voltar ao normal na cidade, nas lojas e escolas, a operação dos ônibus também volta à normalidade – finaliza Gabardo. 

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