Estado entra com novo pedido de reintegração de posse em área da Fepagro, ocupada por grupo indígena desde julho deste ano

Estado entra com novo pedido de reintegração de posse em área da Fepagro, ocupada por grupo indígena desde julho deste ano

Foto: Vinícius Becker (Diário)

Pais de alunos da Emei Boca do Monte se reuniram com o governador Eduardo Leite (PSD) nesta segunda-feira (1º), durante o ato de início das obras das pontes sobre o Arroio Grande, para cobrar uma solução para a ocupação indígena da antiga área da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Segundo o presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, Admar Pozzobom (PSDB), durante entrevista ao programa Fim de Tarde CDN, o Estado já ingressou com um segundo pedido de reintegração de posse após a Justiça negar a primeira solicitação.


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Segundo Pozzobom, apenas 30 das 80 crianças matriculadas na Escola Boca do Monte têm frequentado o novo prédio onde as aulas são ministradas, na Escola Almiro Beltrame, devido à distância e ao tempo de deslocamento no transporte escolar.


— O governador explicou que o governo já entrou com a reintegração de posse e que foi negada em um primeiro momento. Agora, em breve, terá uma nova audiência. O que nos preocupa é que as crianças estão fora da sala de aula e muitas não têm condições de se deslocar — disse o vereador.


Pozzobom também afirmou que circulam informações de que novas famílias indígenas estariam se deslocando para o distrito de Boca do Monte, o que, segundo ele, “pode piorar a situação”.


Sobre o pedido de reintegração de posse, o advogado Gabriel de Oliveira Soares, que representa o grupo caingangue, afirma, no entanto, que não houve uma decisão e que os processos estão suspensos para tentativa de conciliação.


— Atualmente ambos os processos se encontram suspensos. Não houve decisão liminar nem de mérito. O que existe é um prazo de 80 dias para o Estado indicar uma eventual área de 15 hectares para possível acordo com a comunidade indígena — informa.


Além disso, quanto às informações de que novos grupos indigenas estariam chegando ao local, a comunidade rebateu, negando e afirmando que segue "fielmente" o cordo firmado em audiência para que novos integrantes não entrem no local até que haja uma decisão judicial. Confira nota abaixo:


"A comunidade indígena Kaingang Ven Ga, do Distrito de Boca do Monte, repudia veementemente as notícias falsas espalhadas sobre a 'chegada de novos indígenas'. A comunidade vem cumprindo fielmente o acordo firmado na audiência de conciliação realizada junto à 3ª Vara Federal de Santa Maria, sobre a não entrada de novos moradores na retomada até nova decisão judicial. A 'entrada' e 'saída' registrada por moradores e erroneamente espalhada como 'chegada de novos indígenas' em verdade se trata da ida e volta de outros moradores da comunidade de seus trabalhos realizados no centro da cidade bem como dos estudos, realizados em unidades de ensino e na Universidade Federal de Santa Maria. A área é monitorada dia e noite pela Brigada Militar, que realiza a identificação de cada entrada e saída, e, por óbvio, eventuais novas entradas já teriam sido notificadas pelo policiamento do local. A comunidade preza pela coexistência pacífica com os servidores do Centro de Pesquisa da área e com a escola, cuja permanência e funcionamento foi defendido pelos indígenas desde o primeiro dia, além da comunidade local da Boca do Monte, bem como espera que as notícias falsas, espalhadas por desconhecimento ou má-fé sejam devidamente apuradas pelas autoridades responsáveis."


Situação atual

O grupo indígena está instalado na área da antiga Fepagro desde 15 de julho. Uma audiência de conciliação realizada em 8 de agosto determinou a suspensão temporária dos processos para que o Estado avalie a possibilidade de destinar uma parte da área da Fepagro à comunidade. Enquanto isso, os alunos seguem com as aulas na Escola Almiro Beltrame.


Confira a entrevista do presidente da Câmara, Admar Pozzobom, ao programa Fim de Tarde CDN desta segunda-feira:


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