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Escolas estaduais adaptam rotinas para levar atividades aos alunos no período de isolamento

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data-filename="retriever" style="width: 100%;"> data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo Pessoal

O mais recente decreto do governador Eduardo Leite sobre a suspensão das aulas presenciais nas escolas estaduais até 30 de abril para evitar a propagação do novo coronavírus deu início a uma nova fase das chamadas aulas programadas, nesta segunda-feira. Sem a expectativa de retorno dos encontros em sala de aula, o governo determinou que as instituições de ensino disponibilizem as atividades aos alunos por meio de internet ou de material impresso. Em Santa Maria, as escolas já vinham utilizando ferramentas como Facebook e WhatsApp para envio de material.  

A orientação do Estado é que as atividades estejam de acordo com o que o aluno já viu em sala de aula. Por isso, em algumas das escolas, que iniciaram o ano letivo com atraso, por conta da greve dos professores, estão trabalhando conteúdos do ano anterior. A entrega do que está sendo realizado no período da quarentena será no retorno das aulas.

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É o caso do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac Olavo, que teve apenas um dia letivo este ano. Uma das maiores escolas do Estado, com cerca de 1,2 mil alunos, a instituição vem usando o Facebook como principal ferramenta para distribuição das tarefas. A escola criou páginas do Ensino Fundamental e Médio na rede social. As páginas do curso Normal e EJA já existiam. De acordo com a diretora da escola, Simone Degrandi, a demanda de trabalho tem sido muito grande, mas a estratégia tem dado certo.

- Os professores tiram dúvidas de forma individual. Temos obstáculos técnicos, pois às vezes um aluno ou pai precisa baixar um programa para abrir um PDF, por exemplo, e precisamos orientar, mas está funcionando. Quem não tem acesso recebe ajuda de um colega, se necessário marca com a gente e vem na escola, tudo para evitar aglomerações - explica Simone.

A internet também tem sido a única saída para a coordenação dos trabalhos à distância. A diretora da Escola Estadual de Ensino Médio Prof. Naura Teixeira Pinheiro, Jacqueline Severo, usa vídeo chamadas para fazer reuniões com os professores.

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ACESSO UNIVERSAL
Mas nem todos os alunos conseguem acessar a internet. Na Escola Estadual Santa Marta, no Bairro Nova Santa Marta, conforme a diretora, Maria Helena da Rosa Rodrigues, muitos trabalhos foram impressos para serem entregues às turmas em horários alternados para evitar o contato social. A iniciativa visa beneficiar não só aqueles que não tem internet ou mesmo as plataformas de acesso, como computadores e celulares, mas também as crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.

O mesmo é feito na Escola Básica Estadual Érico Verissímo, no Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Segundo a diretora, Mariane da Silva Brandão, esta semana, a escola vai organizar plantões na quinta e sexta-feira para entregar kits de trabalhos impressos para quem não tem acesso à internet.

- Muitos jovens não têm o básico em casa, muito menos os dispositivos necessários para acessar o meio virtual, então estamos fazendo o melhor que podemos dadas as circunstâncias. Os recursos de impressão também são escassos nas escolas, então os alunos que podem são orientados até a copiar no caderno as atividades - conta Rafael Torres, diretor-geral do 2º Núcleo do Cpers/Sindicato, que também é professor na Érico Veríssimo.

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PAPEL DA FAMÍLIA
A diretora do Instituto Olavo Bilac, Simone Degrandi, lembra que o esforço para viabilizar a continuidade dos estudos mesmo com as medidas de distanciamento social também é dos pais:

- Está na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação): a educação é dever da família e do Estado. Neste momento, precisamos do auxílio dos pais em casa, mais do que nunca.

A merendeira Patrícia Bolzan Modesto, 32 anos, mãe de Pedro Henrique Modesto dutra, 9 anos, aluno do Colégio Érico Veríssimo, conta que tem reservado duas horas por dia para ajudar o filho nas atividades. Como ela também está afastada do trabalho, consegue tirar as dúvidas e orientar Pedro Henrique, que está no 4º ano. A mãe explica que prefere buscar o material impresso, até para evitar que o filho fique na internet.

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