Ao pesar riscos e benefícios, infectologistas são favoráveis ao retorno das aulas

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

Em meio à divulgação do regramento para o retorno das aulas, levanta-se a preocupação sobre a saúde das crianças e jovens, já que a quantidade de vacinas contra a Covid-19 ainda não inspiram segurança à população. Contudo, para dois infectologistas ouvidos pelo Diário, as aulas podem, sim, serem retomadas.

LEIA TAMBÉM

VÍDEO: escolas públicas e privadas voltarão a ter aula presencial a partir deste mês em Santa Maria

Psicólogos não entram em consenso sobre a necessidade do retorno das aulas presenciais

O médico Thiego Cavalheiro, 37 anos, acredita que esta é, inclusive, uma oportunidade única para reforçar o conhecimento dos estudantes sobre a própria pandemia. Ao mesmo tempo, segundo ele, essa volta deve ocorrer mediante cuidados sanitários.

- O principal cuidado que se deve ter é a identificação precoce de casos suspeitos, para que possam receber atendimento. O impacto da doença em crianças, em mais de um ano de pandemia, não é expressivo. Isso nos deixa mais confortável. Porém, é claro também o entendimento que crianças, jovens e adultos podem ser contaminados e ficarem doentes - explica.

A médica Marceli Bertoncello, 38 anos, que atende no Hospital Universitário (Husm) e em clínica particular, conta que a falta de rotina proporcionada pelo período sem aulas presenciais tem trazido prejuízos para os alunos, como sobrepeso e problemas de aprendizado. Entretanto, ela sublinha que, em uma situação ideal, seria importante ter uma quantidade de vacinados muito maior, principalmente no que diz respeito aos idosos.

- Pesando riscos e benefícios, eu sou a favor de que as aulas retornem agora, mas, talvez, seria interessante ter um nível de vacinação muito melhor. Ainda nem chegamos nos idosos. Uma época se achava que crianças ou assintomáticos transmitem menos, e isto é errado. Mesmo quem não tem sintomas transmite para grupos de risco - alerta Marceli.

Santa Maria ultrapassa 200 mortes por Covid-19

A infectologista orienta que, quando as aulas começarem, tanto os professores quanto os pais precisam manter o monitoramento rigoroso dos contatos dos estudantes e que, em caso de suspeita da Covid-19, em hipótese alguma eles podem se dirigir às escolas. Ela também considera que o escalonamento das turmas é uma boa medida para evitar aglomerações.

O infectologista Thiego Cavalheiro afirma que a avaliação médica está baseada no "aspecto dinâmico de transmissão" do vírus, acompanhamento de número de casos, e outros dados que precisam ser monitoramentos diária, semanal e mensalmente.