Foto: Pedro Piegas (Diário)
As famílias de 11 estudantes de uma classe especial do Colégio Estadual Coronel Pilar, em Santa Maria, vivem uma situação de apreensão com a notícia de que a turma será desativada no final deste semestre.
Os alunos especiais com idade superior a 18 anos serão designados para outras instituições - conforme a legislação em vigor, o Estado deve prestar assistência aos alunos até os 18 anos - Após, as famílias devem procurar outros espaços específicos.
Com receio de que os filhos regridam emocional e psicologicamente, muitas mães se uniram para buscar uma alternativa que garanta o atendimento escolar aos estudantes.
Para Ivonete Baldissera Druzian, a medida, apesar de cumprir a legislação em vigor - que determina o fim das turmas especiais e a inclusão dos alunos especiais em turmas regulares -, vai ter reflexos no desenvolvimento do filho Anderson. Aos 29 anos, ele frequenta a classe especial, onde recebe acompanhamento e participa das atividades pedagógicas.
- Ainda não nos passaram orientações, nem fui procurada para saber o que vai acontecer com o Anderson - afirma Ivonete.
Quem também está apreensiva pelo futuro da filha é Inês Rodrigues. A mãe de Jéssica, 28 anos, diz que já existe um vínculo afetivo construído com a escola, com os colegas e com os professores, e teme que o desenvolvimento seja prejudicado.
- Estamos pedindo o apoio da comunidade para que a turma não seja fechada - destaca Inês, apelo compartilhado por Rejane Taschetto, mãe do estudante Maurício, 25 anos.
Escola aposta no diálogo para combater o preconceito de gênero
Nesta quinta-feira, a partir das 13h30min, um grupo de mães, pais e familiares dos alunos da turma especial do colégio Coronel Pilar vai até a Câmara de Vereadores. O objetivo é apresentar um documento com os argumentos para garantir o acesso à educação para as pessoas especiais e ouvir os integrantes da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) a respeito da medida e das alternativas para esses alunos.
O FIM DA TURMA
Segundo o diretor da escola, Elton Neves, a turma vai concluir o primeiro semestre letivo, mas não deverá retornar em agosto, quando tem início o segundo semestre.
- A medida atende à legislação, que determina a inclusão de alunos especiais com as turmas de ensino regular. Hoje, a escola conta com 37 estudantes especiais já inseridos em turmas regulares. Da turma especial, dois alunos com idade inferior a 17 anos serão incluídos, conforme o desenvolvimento de cada um- explica Elton.
Até o momento, a 8ª CRE não havia retornado as informações solicitadas pelo Diário.