rede estadual

5 escolas de Santa Maria podem ficar sem reformas por falta de uso da verba do Bird

Carmen Staggemeier Xavier*

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Depois de quase dois anos, os aparelhos de ar-condicionado comprados por meio de ações pela Escola Estadual João Belém continuam dentro das caixas, sem utilização. O motivo é a estrutura elétrica da instituição que não suporta mais demanda de energia. O recurso de R$ 131,7 mil para fazer a obra já existe, assim como o projeto. Porém, esse valor poderá ter outra destinação caso o governo do Estado não execute os serviços com recursos provenientes do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) até o dia 31 de maio.

Depois dessa data, o valor destinado para as reformas de escolas voltará para o banco. Para não perder esse recurso, o governo do Estado estuda a possibilidade de investir em outras áreas, como a recuperação de rodovias estaduais. Em Santa Maria, são pelo menos 5 escolas que serão prejudicadas, em um montante de R$ 615 mil. A maioria dos serviços diz respeito à reforma e melhoria nas estruturas elétricas das escolas. O prazo para utilização dos valores se encerrou em fevereiro, mas o governo conseguiu prorrogar a data até maio.

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A SITUAÇÃO DA VERBA DO BIRD
Na tarde de sexta-feira, o Diário entrou em contato com as direções das escolas contempladas com recursos do Bird em 2017 e 2018 para saber como estava o andamento das obras. Confira o que foi feito e o que ainda não saiu do papel nas instituições de ensino:

NÃO EXECUTADOS
Coronel Pilar

  • Serviço - Reforma das instalações elétricas da parte interna e na subestação de energia elétrica
  • Valor - R$ 133.889,18

João Belém  

  • Serviço - Obras de readequação das instalações elétricas, permitindo o acréscimo dos circuitos de ar-condicionado, assim como a reforma da subestação de energia elétrica
  • Valor - R$ 131.720,28

Edna May Cardoso  

  • Serviço - Obras de reforma das instalações elétricas e subestação de energia elétrica em média tensão
  • Valor - R$ 129.998,19

Celina de Moraes  

  • Serviço - Reforma dos centros de distribuição e quadros gerais e a execução de subestação de energia elétrica em média tensão e construção de um muro
  • Valor - R$ 111.484,04 (reforma elétrica) e R$ 25.395,92 (muro)

Olavo Bilac  

  • Serviço - Conserto do telhado
  • Valor - R$ 82.608,86

JÁ EXECUTADOS
Coronel Pilar

  • Serviço - Reforma do telhado
  • Valor - R$ 64.737,04

Dom Antônio Reis  

  • Serviço - Construção do muro
  • Valor - R$ 47.301,67

Augusto Ruschi  

  • Serviço - Instalação de caixa d'água
  • Valor - R$ 26.094,74

Paulo Devanier Lauda  

  • Serviço - Construção de calçada
  • Valor - R$ 64.284,65

Margarida Lopes 

  • Serviço - Reforma do telhado
  • Valor - R$ 31.292,60

Marieta D'Ambrosio 

  • Serviço - Reforma do telhado e construção de muro
  • Valor - R$ 22.106,18

Edna May Cardoso  

  • Serviço - Reforma do telhado
  • Valor - R$ 59.149,84

ESCOLAS LAMENTAM TANTA DEMORA
A vice-diretora da João Belém, Sandra Horizontina Gonçalves, informa que o projeto já foi aprovado, mas que o contrato para a execução da obra ainda não foi assinado. 

- Enquanto isso, não podemos ligar os aparelhos de ar-condicionado que conseguimos adquirir com o esforço de toda a comunidade escolar. A rede elétrica não suporta a carga. Faz dois anos que esse material está parado - explica. 

A situação é semelhante na Escola Celina de Moraes. A diretora, Verginia Flores, diz que, além de não poder ligar os aparelhos de ar-condicionado, é feito um revezamento para utilizar os equipamentos de informática para que não haja sobrecarga. 

No caso da Escola Coronel Pilar, o diretor, Elton Albo Neves, confirma que o dinheiro para a reforma da rede elétrica foi depositado e que o contrato com a empresa já foi assinado. Porém, ainda aguarda a autorização do governo do Estado para dar início às obras. 

O QUE DIZ O ESTADO
A 8ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (8ª Crop) - responsável por fiscalizar as obras em prédios estaduais na Região Central - ainda não recebeu orientações quanto à suspensão dos serviços. Até o momento, a Secretaria de Educação (Seduc) teria apontado, apenas, a necessidade de serem priorizados os projetos que já estão em fase de execução. O governo também já sinalizou que poderá utilizar o recurso em obras do Contrato de Recuperação e Manutenção de Rodovias (Crema), que inclui a RSC-287, em Santa Maria. 

Em nota, a Seduc informou que "os detalhes técnicos e os procedimentos para a finalização das obras em escolas, que receberam recursos do Bird, ainda estão em andamento".

*Colaborou Dandara Flores Aranguiz

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