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Prefeitura autoriza que 50% dos ônibus circulem sem cobrador em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário) 

A prefeitura, por meio de um decreto assinado na sexta-feira pelo prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), determinou que 50% dos ônibus passem a circular sem cobrador em Santa Maria. O documento relata que a medida se faz necessária em função da redução de passageiros no transporte coletivo durante a pandemia e da alta adesão dos usuários à bilhetagem eletrônica, o que representaria dois terços dos pagantes. A medida já entra em vigor neste sábado.

Pelo decreto, a ausência do cobrador deverá ocorrer preferencialmente aos sábados, domingos, feriados e nos horários de linhas de menor demanda. Além disso, a prefeitura orienta que os passageiros, "a título de contribuição", não paguem a tarifa com cédula superior a de R$ 20.

O diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Edmilson Gabardo, garante que não haverá demissões. Na pandemia, é possível a suspensão dos contratos de trabalho por tempo determinado.

- Não vai ter demissão. É um período de experimento durante a pandemia, mas essa é uma tendência mundial. Na maioria dos lugares, já não se tem mais o cobrador - justifica.

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O secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, diz que a decisão é baseada em estudos técnicos, apresentados em reuniões junto ao Ministério Público (MP). Segundo ele, a ausência de cobradores será progressiva e começará já neste fim de semana. A partir das 14h de sábado e durante todo o domingo, os ônibus circularão apenas com os motoristas fazendo a cobrança. Nos dias de semana, a medida vale depois das 20h.

- Depois, vamos evoluindo para as linhas de menor demanda durante a semana. Estamos em uma fase experimental - relata Ponsi, ao salientar que a redução de 50% se dará sobre o número de ônibus que circulam durante todo o mês.

O secretário pondera que, em contrapartida, os diretores das empresas de ônibus terão os salários diminuídos em 50%. Ponsi garante que o município tem autonomia para fazer isso, já que os ganhos são repassados na tarifa.

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Sindicato dos trabalhadores não sabia da medida e teme demissões

O presidente do sindicato que representa os trabalhadores do transporte coletivo, Sitracover, Rogério da Costa, afirma que a entidade não foi consultada sobre a mudança e ficou sabendo da ausência dos cobradores pela reportagem do Diário, na sexta-feira. Ele critica a falta de diálogo com a prefeitura e as empresas.

- O que nos pegou de surpresa é que sempre deixamos um canal aberto de conversação e, neste momento, ele (prefeito) está cortando a categoria sem, no mínimo, conversar. Ontem (quinta-feira), eu estava com o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi, e ele não falou nada. Então, nos pega de surpresa - afirma.

Costa diz que não acredita na afirmativa da ATU de que não haverá demissões e que a decisão não vai possibilitar uma possível redução da tarifa do transporte coletivo.

- Retirar os cobradores em uma cidade que não tem emprego e não tem indústria só deixa mais pessoas desempregadas. Quem diz que retirar cobradores irá reduzir a tarifa é mentira. Joinville, em Santa Catarina, tem uma das tarifas mais caras do país e não tem cobrador há anos - relata o dirigente, referindo à passagem na cidade catarinense, de R$ 4,90.

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Em Santa Maria, a tarifa custa R$ 4,20. Sobre a tomada de decisão sem conversar com a categoria, o secretário Orion Ponsi se defende:

- São decisões estritamente técnicas, em que a gente entende e respeita a importância do sindicato e dos associados, mas existem questões que são irremediáveis e, por vezes, a gente não consegue e nem pode criar um diálogo com atores fora de um contexto técnico.

Há algumas semanas, ônibus de diferentes linhas da cidade já operavam sem a presença de cobrador. A situação foi relatada pelo menos três vezes ao Diário por passageiros das linhas Salgado Filho e Campus da UFSM. A ATU informou que, nesses casos, os veículos comuns estavam fazendo linhas de seletivos.

Conforme o decreto da prefeitura, o motorista será responsável pela cobrança de quem paga em dinheiro e pela liberação da roleta, no caso do uso do bilhete eletrônico.   

O que diz o decreto:

  • As empresas deverão operar com 50% dos ônibus sem cobradores
  • A redução do número de cobradores deverá ocorrer preferencialmente aos sábados, domingos, feriados e nos horários de linhas de menor demanda
  • A cobrança da tarifa em dinheiro ficará sob responsabilidade dos motoristas
  • Os motoristas deverão realizar a cobrança somente com o veículo estacionado nas palavras
  • Com finalidade de facilitar o troco, fica estabelecido que, para pagamento da tarifa, o usuário, a título de colaboração, não deverá entregar uma cédula superior a R$ 20
  • As empresas deverão colocar nos ônibus cartões eletrônicos do tipo cidadão com 5, 10 e 20 créditos para serem vendidos 

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