consumo

Preço do frango reduz e deve puxar para baixo o valor da carne de gado e de porco

Eduardo Tesch


Foto: Charles Guerra (Diário)
Desde que a União Europeia embargou a carne de frango brasileira, oferta aumentou no mercado interno, e preços caíram 15% nos mercados

O embargo à carne de frango produzida no Brasil pela União Européia já traz reflexos para o consumidor brasileiro. Em 19 de abril, 20 frigoríficos brasileiros tiveram suas exportações suspensas devido a "deficiências detectadas no sistema oficial de controle brasileiro". Como o abate do frango ocorre de 40 a 45 dias após o nascimento, não há como parar a produção, o que acaba refletindo diretamente nos estoques e também nos preços.

O embargo aumentou a oferta do produto no mercado interno, e o preço da carne de frango já baixou 15% nos supermercados. No efeito dominó, as carnes bovina e suína devem ter o valor reduzido.

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Segundo Ayrton Zanini, dono do Hipo Supermercado, é notável a queda no preço do frango ao consumidor, que reduziu 15% nos últimos 30 dias. 

- A carne de frango baixou consideravelmente após o embargo. Consigo vender cortes de frango por menos de R$ 3 - diz Zanini.

- Com a queda do frango, nós esperamos que as carnes bovina e suína baixem de preço. É um efeito dominó. Quando um produto está muito mais caro do que o outro, é normal que isso aconteça - afirmou o vice-presidente do Peruzzo Supermercados, Lindomar Peruzzo Junior, confirmando a redução de 15% nos preço do frango.  

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O LADO BOM
A redução dos preços é um alívio ao consumidor. 

- O preço da carne está muito bom, muito melhor do que anos anteriores. Hoje estou aproveitando e levando bife de chuleta, guisado e frango. Os preços realmente melhoraram - afirmou o aposentado Roque Reis, que fazia compras em um mercado de Santa Maria. 

O LADO NEM TÃO BOM
Se para o consumidor a notícia é das melhores, para os pecuaristas da região ela é sinônimo de preocupação. Eles dizem que o embargo à carne de frango pode provocar um efeito cascata e reduzir a procura pela carne bovina - e consequentemente, os preços. Esse temor é maior justamente porque agora é época de os produtores investirem na pastagem de inverno para a engorda dos animais.


Foto: Charles Guerra (Diário)

PRODUTORES PREOCUPADOS
Maio é o mês do fim da colheita da soja e o início do preparo do pasto para a pecuária. O Rio Grande do Sul é um dos últimos estados do país a terminar a colheita da soja, e os números definitivos da safra só serão conhecidos a partir da segunda quinzena de maio, mas os produtores já projetam os resultados.

Na Região Central, há diferentes situações. Em Santa Maria, devido às chuvas que caíram em boa hora, os produtores esperam colher de 40 a 60 sacas por hectare. Já em São Gabriel, onde a falta de chuva atrapalhou a lavoura, a estimativa é de que a produtividade não passe de 23 sacas por hectare. O que também preocupas é o preço do gado, que atingiu o menor valor em quatro anos.  

São Gabriel é a 4ª cidade do Estado e a 1ª na Região Central com o maior rebanho de gado de corte - são mais de 390 mil cabeças. Com a necessidade de cobrir os prejuízos causados pela safra da soja, os produtores estão preocupados com o embargo da Europa em relação à carne de frango do Brasil.
- O preço do gado aqui em São Gabriel está muito ruim e tende a piorar ainda mais. Com o embargo sobre as carnes de aves do Brasil, esses produtos tentem a ficar mais baratos, baixando ainda mais o preço da carne bovina - afirma Tarso Teixeira, presidente da Associação dos Agricultores de São Gabriel.  

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A preocupação se reflete em números. Segundo dados do Núcleo de Estudos em Sistema de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esse ano, o gado vivo atingiu o menor preço médio em três anos na região central, custando R$ 4,75 o quilo. É uma queda de -9% em relação a 2016, quando chegou a custar R$ 5,23.

Apesar do preço baixo no campo, isso ainda não está sendo repassado aos mercados.

PREÇO (KG) DO BOVINO NA REGIÃO

  • Abril 2018 - R$ 4,75
  • Abril 2017 - R$ 4,81
  • Abril 2016 - R$ 5,23
  • Abril 2015 - R$ 4,80

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