opinião

Paradas de ônibus não estão entre as prioridades da prefeitura

Deni Zolin


Foto: Gabriel Haesbaert (Arquivo Diário)

Na sexta-feira passada, a prefeitura de Santa Cruz do Sul inaugurou a primeira de cinco paradas de ônibus com ar-condicionado, internet sem fio, bebedouro e até carregadores para celular. Muita gente ficou com inveja, pois em Santa Maria, o paradão da Rio Branco mal tem cobertura. E nos bairros e até em alguns pontos do Centro, nem abrigo de ônibus existe, obrigando as pessoas (inclusive grávidas, crianças e idosos) a esperar sob sol ou chuva. Mas por que Santa Maria não tem abrigos de ônibus decentes? Falta de dinheiro da prefeitura? É verdade, mas apenas em parte.

Realmente, os recursos públicos são escassos, mas se formos analisar friamente, a falta de verbas não é o principal problema. O que falta mesmo é prioridade de investimento na qualidade do transporte público. Basta olhar ações das últimas gestões da prefeitura para citar vários exemplos.

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Durante as gestões Schirmer e Valdeci, foram construídos três pórticos para a cidade (perto da Base e para instalar um helicóptero e um blindado). Claro que também é importante investir na imagem da cidade, mas do que adianta termos pórticos bonitos se as ruas estão enredadas de buracos? Há poucos anos, foi investida uma quantia expressiva de verbas em eventos como Balonismo e Pátio Rural. Em praticamente todas as gestões dos últimos 20 anos ou mais (como Farret, Osvaldo, Valdeci e Schirmer), foram asfaltadas inúmeras ruas da periferia, onde há pouquíssimo movimento e onde seria mais racional e barato ter colocado paralelepípedo.

Como o asfalto é muito caro, daí "faltou" dinheiro para fazer ações preventivas no asfalto de ruas e avenidas importantes (que hoje exigem refazer todo o pavimento) e "faltou" dinheiro para comprar novos abrigos de ônibus para toda a cidade. Com o valor gasto nos pórticos ou em um evento de Balonismo, possivelmente seria possível instalar abrigos de ônibus em quase toda a cidade. E com um quilômetro de asfalto que deixasse de ser feito em ruas sem necessidade, também seria possível fazer dezenas ou centenas de abrigos. Com certeza, a realidade da cidade seria um pouco diferente hoje.

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Por isso, na minha avaliação, os buracos na cidade e a falta de abrigos de ônibus não ocorrem por falta de dinheiro, mas mais por falta de prioridade.

Claro que não é simples encher a cidade de abrigos, mas também não é impossível. Se houver prioridade e planejamento, por que a prefeitura não pode prever, nem que seja a médio prazo, a construção de um paradão com ar-condicionado no Centro e também a instalação de abrigos de ônibus em toda a cidade? Quem realmente quer algo, dá um jeito de conseguir. Por que não pode prever uma parceria público-privada para erguer paradões modernos e confortáveis nos principais pontos do Centro em troca da exploração de publicidade?

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