Crise econômica

Os reflexos da queda histórica do PIB em Santa Maria

Marcelo Martins e Ticiana Fontana

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A economia brasileira apresentou, nesta quinta-feira, o seu pior resultado nos últimos 25 anos com queda de 3,8% no PIB. O indicador provoca, entre economistas e especialistas, questionamentos perturbadores: teremos chegado ao fundo do poço? Mas, como isso impacta nas nossas vidas?

O carro-chefe da nossa cidade, o setor de varejo (prestação de serviços e o comércio) contabiliza um saldo preocupante: lojas do centro da cidade fechando e salas para serem alugadas nos shoppings do município. E um corte de 1,3 mil empregos, em 2015, além de queda de 20% na arrecadação do ICMS (na comparação de 2015 com 2014).

Os reflexos não se limitam apenas ao poder de compra do consumidor, praticamente congelado, ou ao fechamento de vagas de emprego. A administração pública também é atingida. Em Santa Maria, o município cancelou, como medida de contenção de gastos, o Carnaval deste ano. As prioridades são revistas e só é mantido o que é imprescindível: saúde, educação e folha de pagamento.

A crise força as pessoas a reverem hábitos e adequar suas necessidades ao que a realidade e o bolso suportam, com um salário cada vez mais desvalorizado.

O economista e professor da Unifra, Mateus Frozza, enfatiza que o consumo não deixou de acontecer. Mas, houve, sim, uma retração. Para ele, isso é resultado de dois fatores: decisões erradas tomadas na economia pelo governo e o adiamento de medidas para retomar o  crescimento.

É preciso rever estratégias

O presidente da CDL, Ewerton Falk, diz que o momento é de apreensão e de rever estratégias para sobreviver às turbulências. Odilo Marion,  da Associação Distrito Vivo, sugere que os empresários diversifiquem a linha de produtos e, principalmente, busquem novos mercados:

– Coitado de quem tem apenas um produto para vender.


Variáveis que atenuam o cenário e um novo perfil

Mesmo com vários indicadores batendo recordes negativos – desemprego, inflação, taxa de juros e queda do PIB –, Santa Maria ainda não sentiu toda a intensidade da crise.

Ainda que tenhamos cortes de vagas de empregos e lojas fechando, aqui não há a perspectiva de fábricas fecharem, se compararmos com regiões industrializadas, como Serra e Região Metropolitana.

O economista Matheus Frozza não acredita que se tenha um reviravolta positiva para a economia. Mas, há variáveis que podem atenuar um pouco o contexto de crise. E entre eles Frozza cita: o setor agrícola, na Região Central, tende a dar sobrevida à economia.

– A exemplo do Estado e do país, o agronegócio tem dado sobrevida a uma combalida economia. Também é imprescindível a aprovação da CPMF para a retomada do crescimento – diz Frozza.

O presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), Vilson Serro, atenta para outra situação: as eleições municipais. Para ele, os candidatos devem ter um programa de governo condizente com o cenário de crise:

– O ideal seriam quadros qualificados. Ou seja, menos políticos e mais gestores para a função pública.

 









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