Foto: Tales Trindade (Diário)
Rio Jacuí após enchentes na Quarta Colônia.
A safra atual de grãos foi 34,5% superior à última, de 2022/2023. Esse resultado a classifica como a segunda maior da série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Mesmo com as chuvas intensas que impactaram mais de 400 municípios no Estado, muitos com sua base econômica agrícola prejudicada, o saldo foi positivo.
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A previsão é colher 37,1 milhões de toneladas no ciclo 2023/24. Com isso, o Rio Grande do Sul será o terceiro maior produtor de grãos do país. A área destinada ao plantio está estimada em 10,4 milhões de hectares, um crescimento de 1%. As informações são do 11º Levantamento de Safra de Grãos, realizado pela Conab.
A companhia explica que isso é resultado de uma colheita realizada, em grande parte, antes das chuvas de final de abril e início de maio. Cerca de 83% das lavouras do Estado já haviam sido colhidas na época. Mas isso não evitou queda na produtividade.
Como foi o caso da soja, que teve 75% das áreas do Estado colhidas antes das chuvas, logo, o prejuízo à produtividade média não foi tão severo, mas aconteceram. As áreas afetas reduziram a expectativa de produtividade média em 9%.
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Saldo positivo na safra 2023/2024
Devido ao desencontro entre colheita e chuva, os cultivos tiveram produtividade superior a alguns anos. O milho teve aumento de 22% comparado a média dos últimos 5 anos, e 32,8% superior ao obtido na última safra. O feijão 1ª safra também obteve produtividade superior à da última safra.
O arroz teve uma pequena redução na produtividade, mas dentro das médias históricas. Já a produção da soja foi a terceira maior alcançada na série histórica, com quase 20 mil toneladas produzidas. Um aumento superior a 50% em comparação com a última safra.
Impacto da chuva nos grãos
Mesmo com o cenário de recuperação, arroz e feijão foram as mais afetadas. Veja os dados:
- Arroz – Até as chuvas, 4,7% das áreas culturas não havia sido colidas, logo tiveram perda total. Um total de 194,9 mil hectares foram atingidos. Ainda assim, a produtividade média do Estado ficou próxima da alcançada na última safra
- Feijão preto de 2° safra – Até abril, nem um terço da área plantada foi colhida. Com a chuva, doenças atrasaram e inviabilizaram a colheita. Algumas regiões tiveram perda total em mais de 50% das áreas. Quem colheu teve um cultivo com menor qualidade. Redução de produtividade em 31,3% comparado à safra 2022/23
Cenário brasileiro
A produção de grãos no país deverá atingir 298,6 milhões de toneladas, uma redução de 21,2 milhões de toneladas quando comparada com o volume obtido na temporada passada. A queda é reflexo das adversidades climáticas que influenciaram as lavouras brasileiras.
- Milho – A produção total esperada para o ciclo 2023/24 é de cerca de 115,65 milhões de toneladas, cerca de 12,3% inferior à temporada passada
- Algodão – Previsão é de um novo recorde para a produção da fibra, sendo estimada uma colheita de 3,64 milhões de toneladas de algodão em pluma
- Feijão – É esperada uma produção total de 3,26 milhões de toneladas, 7,3% superior à produção de 2022/23
- Arroz – Colheita finalizada. A produção neste ciclo teve um crescimento de 5,6%, comparada ao volume produzido na safra anterior, chegando a 10,59 milhões de toneladas
- Soja – A produção na atual safra é de 147,38 milhões de toneladas, redução de 4,7% sobre o ciclo anterior. Em diferentes regiões, houve alterações no potencial produtivo das lavouras
- Trigo – A semeadura nos Estados da Região Sul, maior produtora do cereal no país, onde se concentra 85% da área cultivada, está quase concluída, restando áreas em Santa Catarina para serem plantadas. A expectativa é de uma redução de 11,6% na área destinada ao cereal, estimada em 3,07 milhões de hectares
*Com informações do 11º Levantamento de Safra de Grãos, realizado pela Conab