A terça-feira promete ampla mobilização do funcionalismo estadual em Porto Alegre. De acordo com as entidades que representam servidores estaduais, são esperadas cerca de 30 mil pessoas durante o ato, chamado de assembleia geral do funcionalismo.
A expectativa dos líderes sindicais é que os servidores decidam entrar em greve por um período determinado, que pode ser de três dias. O ato de hoje está marcado para as 14h, no Largo Glênio Peres. Após a assembleia, haverá um protesto em frente ao Palácio Piratini.
São esperadas as presenças de mais de 40 sindicatos do funcionalismo gaúcho. Entre os integrantes da mobilização estão servidores da educação e da segurança pública, incluindo os de Santa Maria.
O coordenador regional do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil (Ugeirm), Pablo de Souza Mesquita, projeta que quatro ônibus partirão da cidade para engrossar o coro dos servidores. Ao todo, deverão estar no ato cerca de 160 agentes.
Do lado dos professores, o Cpers/Sindicato estima que de Santa Maria e dos mais 17 municípios da região partam 20 ônibus que, juntos, devem levar mil funcionários.
A educadora e presidente do Cpers/Santa Maria, Sandra Regio, diz que hoje a recomendação é que nenhuma escola estadual abra as portas. Segundo ela, o dia será de paralisação e de mobilização contra o pacote do governador:
_ O tempo de uma possível greve está nas mãos dele (governador). Se ele escutar o funcionalismo, retirar esses pacotes e não mais parcelar nossos salários, o Estado não para.
O descontentamento do funcionalismo se agravou com o pacote de medidas de ajuste fiscal enviado pelo Executivo à Assembleia Legislativa. As entidades pedem a retirada das propostas que criam a previdência complementar e a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, o que, segundo os servidores, seria um pretexto para estender o arrocho salarial.
Aumento de ICMS
Enquanto as medidas de ajuste fiscal não são votadas na Assembleia, o governador José Ivo Sartori (PMDB) faz reuniões com deputados aliados em busca de aval para o aumento de impostos, no caso o tributo sobre circulação de mercadorias (ICMS). Até as 17h desta segunda-feira, foram recebidos parlamentares do PP, PDT, PSB e PPS. Até o final da tarde, só o PMDB, partido de Sartori, havia garantido apoio à proposta.
Conforme o deputado Elton Weber (PSB), que chegou com Beto Albuquerque, presidente estadual da legenda, Sartori teria confirmado que o projeto segue à Assembleia na próxima quinta-feira. Mesmo sem a chancela prévia da base.