Quem mora ou costuma passar à noite pela Avenida dos Ferroviários, que dá seguimento ao túnel da gare, no centro de Santa Maria, deve ter percebido que a Lua seguia sendo, por quase um ano e meio, a única fonte de luz. Mas isso começou a mudar na tarde desta quinta-feira.
Uma equipe da Quantum – prestadora de serviços de reparos na iluminação pública ao município – trabalhava para resolver a escuridão, principal reclamação dos moradores daquela região da cidade.
Prefeitura de Santa Maria rompe contrato com empresa de iluminação pública
Acompanhados por uma equipe da prefeitura, funcionários da Quantum substituíram o cabeamento de cobre subterrâneo por uma rede aérea com cabo de alumínio. A Quantum, que é de Santa Catarina, foi contratada em 2014 pela prefeitura e teve o contrato rompido no mês passado, seguirá os consertos até 15 de junho.
Os serviços, que terão sequência nesta sexta-feira, estão sendo feitos na Avenida dos Ferroviários, entre as ruas Borges do Canto e Manoel Ribas. O local é alvo de frequentes furtos de cabos. No local, a prefeitura contabiliza mais de 2 mil metros de cabos de cobre roubados, que costumam ser vendidos no mercado informal. Hoje, os postes centrais e laterais serão ligados por cabos da rede elétrica, que ficarão suspensos.
– Ali, infelizmente, é um local onde a depredação e o vandalismo são gritantes. E quem acaba sendo prejudicado é o cidadão – lamenta o secretário-adjunto de Infraestrutura, Obras e Serviços, Alexandre Brasil.
Empresa que assumiu iluminação pública ainda não resolveu todos os problemas

Depredação
No mês passado, ao anunciar o rompimento do contrato com a Quantum, o titular da pasta, Tubias Calil, apontou que o rompimento ocorreu pelo não cumprimento de cláusulas contratuais e após sucessivas notificações. Tubias destacou que a empresa se mostrou incapaz de atender em 24 horas as demandas que chegaram pelo telefone de protocolo. Já a Quantum alegou que "o índice de falha caiu de 35% de lâmpadas apagadas para 3% no município", no período.
Uma questão que é consensual, entre prefeitura e empresa, são os problemas oriundos da depredação e do vandalismo. A manutenção _ troca de lâmpadas ou de luminárias e de fiação _ corresponde a mais de 40% dos casos. Ou seja, a cada 10 trocas, quatro delas são resultados de vandalismo.
A prefeitura abrirá, em junho, a licitação para escolha da empresa que seguirá com os serviços. A ideia é que o novo contrato seja firmado por meio da modalidade com preço global. A prefeitura paga um valor fixo à escolhida para que ela mantenha os pontos acesos. No contrato anterior, a Quantum era paga por pontos feitos.
Alta na luz barrou investimentos
Dos mais de 23 mil pontos existentes no município, menos de 5% deles são subterrâneos. Entre esses trechos constam a estrada do Perau e o pórtico de Santa Maria. O pagamento, tanto da Quantum quanto da nova empresa, sai dos recursos do Fundo de Contribuição da Iluminação Pública (Funcip). Nos últimos dois anos, a prefeitura arrecadou cerca de R$ 500 mil/mês, R$ 135 mil repassados à Quantum, valor que não dava margem para novos pontos.
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A conta de luz paga pe"