Se a pessoa tiver bastante tempo e sola de sapato, por que de carro vai gastar combustível, pode ser um consumidor de promoções, obviamente comprando se realmente houver a necessidade do produto anunciado. Uma opção pode ser fazer estoque de produtos não perecíveis e ir duas a três vezes por semana para levar os perecíveis. E ainda é lógico que deve-se cortar supérfluos e assegurar o básico. Adotar medidas mais inteligentes, como trocar marcas premium por populares e procurar embalagens mais econômicas, como os sachês.
Especialistas afirmam que cada família deve encontrar a própria receita.
_ Para algumas pessoas, o indicado é fazer ranchos. Para outras, o mais adequado é ir toda semana ou a cada dois dias no supermercado. A única regra que pode ser generalizada é o planejamento, necessário para todos _ alerta o economista Alexandre Reis, coordenador da Clínica de Finanças do Centro Universitário Franciscano (Unifra).
Reis comenta ainda que, em algumas famílias, a chamada memória inflacionária persiste. Por isso, é comum ainda ver gente fazendo estoques de todos os tipos de produto. Mas isso não é sinal de economia, necessariamente _ veja no quadro da página 7, as diferenças entre o que pode ser estocado e o que deve ser tratado como fluxo. Comprar demais e deixar as coisas estragarem é, na prática, como rasgar dinheiro.
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A mudança de hábitos da população ao longo dos anos foi sentida por Alexandre Ramos, dono de uma transportadora que faz entrega de ranchos em Santa Maria, Pelotas, Bagé e Rio Grande:
_ De uns três anos para cá, o nosso serviço reduziu pela metade, tanto pela alta dos preços dos produtos quanto pela modificação dos costumes. Antes, as famílias tinham o hábito de fazer as refeições em casa. Hoje, almoçam fora, comem em lancherias _ afirma Ramos.
O Diário observou o comportamento de clientes em mercados de diferentes portes de Santa Maria e encontrou estilos variados de consumo.
_ Venho no mercado praticamente todos os dias para conseguir os produtos novos (perecíveis), como carne, legumes e frutas. Além disso, sempre tem promoções diferentes e aproveito tudo _ conta a comerciária Denise Belmonte, 40 anos.
_ Vale muito a pena comprar em grandes embalagens materiais de limpeza, caixas de leite e refrigerante, porque assim, o preço total diminui e rende bastante _ relata o engenheiro agrônomo Nilo Stuker, 61 anos.
Pesquisa indica consumo reduzido
Pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) revela que os consumidores estão comprando menos e permanecendo menos tempo no supermercado. Há quem opte por substituir as compras em pequenas quantidades ao longo da semana pelo famoso rancho mensal, de preferência em atacados. Outros consumidores preferem compras de reposição em mercados que são clientes fidelizados.
O casal Flávio Coelho, 43 anos, e Graziela dos Santos, 38, faz as compras no meio do mês, que é quando recebem o salário:
_ Claro que, com o tempo, alguns artigos deixamos de comprar, e há outros que compramos durante a semana, como carne e legumes. Mas nos organizamos melhor fazendo as compras em grande quantidade porque temos dois filhos. Então, é melhor ter tudo sempre à mão.
Conforme o estagiário da Clínica de Finanças da Unifra, Eduardo Vilanova, o cuidado que se de"