Desenvolvimento

Duplicação das rodovias em debate em evento com empresários e autoridades

Diogo Brondani


Fotos: Diogo Brondani (Diário)
Diretor da Fiergs Ricardo Nunes falou sobre proposta do Estado de duplicar trecho da RSC-287

O sonho de quem viaja entre as regiões Centro e Metropolitana do Estado, pelas rodovias RSC-287 e BR-386, é poder trafegar em vias duplicadas e em boas condições. No trecho entre Porto Alegre e Lajeado, a chamada estrada Tabaí-Canoas já tem duas vias em cada sentido, facilitando o fluxo de veículos e dando fluidez ao trânsito. No entanto, entre Santa Maria e Lajeado são cerca de 215 quilômetros de pistas simples que travam a logística, principalmente para o transporte de carga. Durante o encontro Meio-Dia em Pauta, realizado ontem, em Santa Maria, o diretor da Fiergs e presidente do Sindicato das Indústrias da Construção de Estradas do Estado (Sicepot), o engenheiro Ricardo Lins Portella Nunes, falou de um plano de investimento em parte deste trecho, entre Lajeado e Santa Cruz do Sul.

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Conforme o engenheiro, há um projeto de concessão para duplicação de, pelo menos, 77 quilômetros da RSC-287 entre Santa Cruz do Sul e Lajeado. O trecho até Santa Maria ainda está fora dos planos. Com isso, a região fica para trás quando o assunto é desenvolvimento logística e, consequentemente, produtor e consumidor saem perdendo.

- Tem de levar em conta o seguinte: não interessa para o consumidor quanto saí o quilo da soja, do milho na fazenda ou a televisão na fábrica e, sim, quanto custa na prateleira da loja ou na casa dele. O custo logístico é fundamental em tudo isso. Em alguns produtos ele chega a 30%. Ter uma pista não duplicada significa ter um custo logístico maior, porque a velocidade média do caminhão é muito mais baixa. E se a pista não está em condições, ele fica mais caro ainda. E esse custo ainda vai ter o acréscimo do preço do frete - diz Nunes.

Segundo o engenheiro, isso impacta no preço final do produto e, consequentemente, na capacidade do produtor de entrar no mercado.

- O preço que vale é aquele que o consumidor está disposto a pagar. Se o produtor não consegue se adaptar a esse preço, ou produzir nessas condições, ele sai do mercado. Menos produção é menos empregos e menos renda. Todos perdem com isso. É uma cadeia - afirma.

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Ainda conforme Nunes, o país investe pouco em logística, entre 0,5% e 0,7% do PIB, quando esse índice deveria ser 2,5%. Além disso, o recurso fruto do PIB fica concentrado em algumas obras de concessão que estão sendo feitas agora.

- O restante da malha rodoviária está muito mal, com uma capacidade de investimento muito baixa. No Estado, o que há, por enquanto, é a EGR (Empresa Gaúcha de Rodovias) fazendo a parte dela em conservação, e o Daer desenvolvendo um trabalho um pouquinho melhor, que é o Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema), o que deixa as estradas em condições, sem buraco e bem sinalizada, mas é apenas de manutenção e somente pelos próximos cinco anos. Projetos mais ousados, com adequações, melhorias, terceiras faixas, duplicações, tem que ser pensadas de uma outra forma - explica Nunes, salientando que, no Estado, o investimento em estradas nos últimos três anos caiu dos cerca de R$ 1,2 bilhão para a casa dos R$ 700 milhões.


PREVISÃO DE LICITAÇÃO PARA CONCESSÃO É DE LONGO PRAZO

O projeto de concessão ainda tem muito a ser discutido pelas autoridades e órgãos competentes, por isso, não há prazo estimado para execução de qualquer obra. Conforme o engenheiro Ricardo Lins Portella Nunes, a medida deve ser colocada em prática somente em um possível segundo mandato de José Ivo Sartori, ou, no mandato de um futuro governador do Estado.

- É uma ideia lançada agora, poucos têm conhecimento dela ainda. Tem muita coisa para rodar ainda. Esperamos que seja ao longo de 2019 e 2020. Que essa licitação esteja em curso em 2020. No papel, é muito fácil. Não adianta mostrar uma coisa bonita e quando for na hora de licitar, não há o recurso necessário. Para isso, o dinheiro tem que estar na conta - pondera.

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O projeto de concessão ainda depende de análises do governo e de audiências públicas. O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Rodrigo Decimo, destacou a retomada do Meio-Dia em Pauta, salientando a importância do encontro e garante que outros ainda serão realizados.

- A Cacism tem se reunido com as Associações Comerciais e Industriais de diferentes cidades com o objetivo de discutir iniciativas que possam contribuir para o desenvolvimento da região. Exigir e cobrar rodovias em condições é uma delas. Além disso, vamos trazer aqui outros assuntos que são de interesse de todos nós - adiantou o presidente da Cacism.

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