Transporte coletivo

Divergências marcam reunião do Conselho Municipal de Transportes sobre o valor da tarifa em Santa Maria

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Na manhã desta quarta-feira, a discussão da tarifa do transporte coletivo em Santa Maria teve mais um capítulo. Ocorreu, no Sest/Senat, a primeira reunião do Conselho Municipal de Transportes do ano, convocada extraordinariamente para avaliar o cálculo feito pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana para o preço da passagem.

Do lado de fora, o muro de uma casa amanheceu pixado com frases contra o aumento da passagem para R$ 2,70, como é a reivindicação das empresas de transporte. Antes e durante a reunião, pouco mais de 30 pessoas, na maior parte estudantes universitários, se reuniram em frente ao Sest/Senat com faixas, cartazes, tambores e gritos de guerra cobrando transparência no cálculo e reclamando do alto custo da passagem.

Dentro do prédio, a reunião durou cerca de 40 minutos, em que o secretário Miguel Passini apresentou o valor de R$ 2,63, como resultado da atualização dos custos que as empresas de transporte têm para realizar o serviço. Além de contabilizar os aumentos em produtos como combustíveis e pneus, e gastos com manutenção dos coletivos, o cálculo inclui o reajuste salarial de 10,33% para os trabalhadores rodoviários, que deve ser concedido nos próximos meses.

Conforme Passini, esse percentual de aumento de salários foi acordado com os sindicatos patronal e de trabalhadores. Com esse reajuste, o salário dos motoristas chegaria a R$ 2,1 mil, de acordo com o titular da pasta.

O secretário também apresentou outras duas projeções extraoficiais para a tarifa:
- Caso o dissídio coletivo entre trabalhadores e patrões do setor prever que será concedido plano de saúde para os empregados, os custos com o serviço aumentariam de forma que a passagem precisaria ser reajustada para R$ 2,72.

- Por outro lado, se os conselheiros entenderem que deve ser implementado ar-condicionado em pelo menos 20% dos veículos, os gastos com instalação dos aparelhos, compra de veículos novos e a combustível adicional fariam a passagem subir para R$ 2,83.

Repercussão foi divergente

O presidente da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Luiz Fernando Maffini, reclamou que a prefeitura está subestimando os gastos das empresas:
_ Para cobrir nossos gastos e investimentos, a passagem deveria custar R$ 2,70. Vamos pleitear isso. E para pôr ar-condicionado, é necessário renovar a frota, já que não é possível fazer isso nos ônibus velhos, o que custaria mais do que R$ 2,83 _ diz Maffini, que admitiu ter ficado sabendo da intenção do prefeito em fazer uma licitação para o serviço neste ano pela imprensa.

Já o representante do Diretório Central dos Estudantes da UFSM, Alex Monaiar, acredita que há interesses comuns entre as empresas de transporte, a prefeitura e os próprios conselheiros.
_ Já vamos convocar outra manifestação para a próxima reunião do conselho, na segunda-feira. Não podemos ficar quietos diante disso e aceitar esse aumento _ afirma o estudante.

Na segunda-feira, discussão continua

Ficou marcada uma nova reunião do Conselho Municipal de Transportes para a próxima segunda-feira pela manhã. O objetivo é que as entidades representadas analisem o relatório da reunião e tenham acesso à planilha de cálculo.

A secretaria de Mobilidade Urbana também deve começar a coletar sugestões e pedidos dos conselheiros de forma a balizar o que será exigido na licitação do serviço, que deve ser feita ainda neste ano, como é a intenção do prefeito Cezar Schirmer. Caso a licitação seja feita, a concorrência será aberta por grupos de linhas. De acordo com Passini, os atuais trajetos dos ônibus serão alterados com base no Plano Diretor de Mobilidade Urbana

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