Custo de vida bate recorde em Santa Maria

A inflação local de Santa Maria fechou o ano em 10,51% em 2015, conforme boletim do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM) publicado nesta sexta-feira. O número é o maior para a inflação anual na cidade, desde que a pesquisa começou a ser divulgada, em 2006.

Em dezembro, a alta foi de 0,99%. Ainda assim, o primeiro semestre concentrou as maiores altas, com os reajustes em energia elétrica, combustíveis e na passagem de ônibus na cidade. De forma geral, preços controlados pelo governo, como energia elétrica, gás de cozinha e gasolina subiram muito acima do que era registrado em outros anos.

Peso maior no bolso que no índice
O grupo transportes fechou o ano com inflação de 3,46%. Entram nessa conta os combustíveis, o reajuste das tarifas de transporte coletivo municipal (11,5%), intermunicipal (9,84%) e interestadual (10,63%), da bandeirada do táxi (7,58%).
O grupo não ficou entre os que mais aumentaram no ano, mas o orçamento doméstico teve de se readequar para gastos maiores com combustíveis. A gasolina comum, por exemplo, começou o ano passado com um preço médio de R$ 3,11 e encerrou custando R$ 3,65. O aumento foi de 17,36%, e exclui os recentes reajustes nas bombas por conta da nova alíquota do ICMS no Estado. Conforme levantamento do “Diário” em 25 postos feito no último domingo, a gasolina comum custa, em média, R$ 3,85.
A tendência para o primeiro semestre é de novas altas no grupo, já que as empresas de ônibus municipal e os taxistas já enviaram à prefeitura pedidos de revisão dos custos, o que deve resultar em tarifas ainda maiores do que no ano passado.

Despesas pessoais lideram altas
Os gastos particulares do consumidor, como uma ida ao salão de beleza, e a mensalidades do clube foram os que mais aumentaram em 2015. Como boa parte das despesas do grupo se referem a prestação de serviços, a alta de 22,19% reforça a tendência já observada nos últimos anos. Os preços cobrados por cabeleireiros aumentou 52,57% em média na cidade. Quem costumava pagar R$ 40 por um corte, em 2014, passou a pagar mais de R$ 60, na média. Os brinquedos também tiveram forte alta, de 50,4% no ano, explicada pelo câmbio que colocou o dólar lá no alto, já que boa parte desses produtos são importados. O terceiro lugar ficou com a mensalidade de clubes, que subiu 43,69% . No caso dos clubes e dos cabeleireiros, a variação pode ser justificada por dois fatores principais: o reajuste de 16% no salário mínimo regional e a tarifa de energia elétrica, que influencia diretamente o trabalho nos salões e a manutenção de piscinas e academias.

É hora de rever a dieta
Quem gosta de churrasco percebeu que é necessário pesquisar preços e evitar desperdícios para manter o costume. Picanha, filé e costela aumentaram consideravelmente: picanha, filé, alcatra e coxão aumentaram 12,69% em média. Já a costela teve alta de 22,52%. Uma alternativa é a carne de porco, que teve retração média de -14,7%.  O custo dos açougues com energia para conservar os produtos é um dos fatores para a alta.
Itens comprados na feira também pesaram no bolso da dona de casa, afetados pelas condições climáticas e o gasto maior com transporte da colheita das hortas e granjas até a cidade. Alface (21%), rúcula (20,34%) e cebola (19,8%) estão entre os vegetais que lideram o ranking dos aumentos. Na contramão está o leite de caixinha, que terminou o ano 11,43% mais barato.

Manter a casa ficou (bem) mais caro
O grupo de despesas com a moradia teve a segunda maior alta, de 18,19% em 2015. A conta de energia foi a vilã da vez, com tarifas sendo reajustadas até três vezes no ano. Além de impactar igualmente famílias ricas e pobres, o tarifaço impacta também nas empresas, que, ao ter custos fixos maiores, precisam repassar ao consumidor. Em Santa Maria, a tarifa passou de R$ 0,34 por kW/h em janeiro, para R$ 0,53 por kW/"