Cade vai investigar Rede por zerar taxa para uso de máquina de cartão

Foto: Lucas Amorelli (Arquivo Diário)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai investigar a decisão da bandeira de máquinas de pagamento Rede, do Itaú Unibanco, de zerar a taxa para que empresários antecipem o recebimento dos valores que vendem com cartões. Ainda segundo o jornal O Globo, o Cade pediu esclarecimentos à Rede, porque avalia que essa isenção de taxas poderá causar danos a redes concorrentes. Na quinta, as ações de bandeiras como Cielo, PagSeguro e Stone despencaram nas bolsas de valores, pois havia o temor de quedas significativas nos lucros das empresas. A Rede alega que essa mudança não é uma promoção passageira, mas que vai entrar em vigor a partir de 2 de maio - ela inclui, além de zerar as taxas de antecipação, que o lojista vai receber os valores das vendas com cartão em dois dias, e não mais em 31 dias, como é atualmente. Porém, isso vale só para quem usa máquinas da Rede com o plano flex, tem faturamento anual de até R$ 30 milhões e recebe os valores em conta do Itaú - quem já se enquadra nisso será beneficiado de forma automática. Além disso, é só para vendas à vista e não vale para as realizadas por e-commerce e de forma digitada. Outro detalhe: a Rede seguirá cobrando taxas para que a loja use a máquina.

Rede zera taxa e abre disputa entre operadoras de máquinas

Claro que a Rede não está adotando essa estratégia porque quer ajudar os lojistas e usuários de suas máquinas. Possivelmente, a estratégia é atrair clientes para abrir conta no Itaú. Porém, é curioso que o governo tenha de investigar quando uma empresa muda uma política para beneficiar seus clientes. Obviamente, que se for uma ação para quebrar a concorrência e, depois, monopolizar o mercado, essa estratégia pode causar prejuízos futuros também aos lojistas. Por isso, o Cade está de olho.