O protesto nacional de caminhoneiros ganhou força nos últimos dias e repercute com problemas pontuais, como desabastecimento de combustível e alimentos em algumas regiões do país. Na área de cobertura do "Diário", as manifestações estão ocorrendo em seis trechos próximos a Santa Maria. Há pontos paralisados na BR-392 em São Sepé, na BR-158 em Cruz Alta e Júlio de Castilhos e também na BR-287, em Venâncio Aires, a principal ligação com a Capital.
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O efeito cascata dos protestos fez com que alguns produtos perecíveis já comecem a faltar nas prateleiras em Júlio de Castilhos e Santa Maria. Ainda há um temor em relação à gasolina, o carregamento está chegando com atraso de dois dias na região central.
Em Júlio de Castilhos, onde mais de 70 caminhões estão parados em um posto de combustíveis, o Supermercado Pegoraro projeta falta de produtos.
Temos alguns produtos em estoque, mas outros como hortigranjeiros e carnes congeladas deveriam chegar amanhã (quarta-feira). Se terminar, não temos em estoque conta o gerente do supermercado, Paulo Pegoraro.
Em Santa Maria o cenário não deve ser diferente. Conforme o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Santa Maria (Sindigêneros), Eduardo Stangherlin, ainda na terça-feira houve a falta de produtos como ovos e frios em alguns estabelecimentos:
A situação deve ficar mais complicada. Em alguns mercados, os proprietários já colocaram cartazes avisando sobre a falta de algum produto, inclusive alguns que estavam em oferta.
De acordo com Stangherlin, nesta quarta-feira acontece uma reunião entre os supermercados da Rede Super de Santa Maria, para discutir os produtos que sairão da lista de ofertas pela falta de reposição.
Sobre os combustível, a situação começa a preocupar.
O consumo está normal e o abastecimento está atrasando em até dois dias relata o gerente comercial dos Postos Santa Lúcia, Cláudio Tavares.
Manifestação vai ganhar reforço
Conforme o dono de uma transportadora, Régis Hortêncio, que participa do protesto na BR-158 em Júlio de Castilhos, além dos 60 caminhoneiros que estão no local, nesta quarta-feira eles recebem o reforço de tratores e colheitadeiras de produtores rurais que devem aderir à manifestação. A rodovia não está sendo interrompida. Segundo Hortêncio, os manifestantes fazem a abordagem e o motorista é que decide se fica ou não:
Infelizmente é necessário para chamarmos a atenção do governo federal.
Com a demora de alguns produtos e com a falta de alguns deles, os preços também podem subir, tanto os alimentos como os combustíveis. Em cidades do Paraná o litro da gasolina chegu a estar sendo vendido por R$ 5. Em Panambi, no noroeste do estado, já não há mais combustível.
Os bloqueios também prejudicam a operação dos portos. O maior do Brasil, o de Santos, não tem acesso após o bloqueio. No Paraná, o Porto Paranaguá também está interrompido.
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