Não é apenas uma sensação de que o preço da ave natalina disparou. O levantamento do Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM), que mede a inflação local, de responsabilidade da Unifra, comprova que o Chester teve um aumento de 61,09% este ano em relação ao valor que era vendido nesta mesma época no ano passado. O mesmo ocorreu com a cerveja, no último ano, a alta foi de 61,24%.
A carne de porco, o refrigerante e a lentilha também tiveram altas acima da inflação do período. Para aliviar o bolso do consumir, as frutas reduziram de preços e o vinho manteve-se estável em relação à 2014.
A pesquisa do ICVSM foi feita em sete supermercados da cidade, quatro de rede e três de bairro (leia mais no quadro). No levantamento, não estão contemplados todos os itens que compõem a ceia de muitos santa-marienses.
Surpreende esse reajuste, principalmente nas aves natalinas e na lentilha. E a pergunta é: você vai deixar de comê-los? Então, a lógica é aumentar esses produtos mais diferenciados em índices acima da inflação e não reajustar outros produtos básicos do dia a dia das pessoas, como alguns hortigranjeiros e pães, por exemplo afirma o coordenador da pesquisa, economista e professor do Centro Universitário Franscicano (Unifra), Mateus Frozza.
Explicação dividida com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros), Eduardo Stangherlin. Segundo ele, a indústria está valorizando certos produtos em detrimento de outros:
Uma lata de cerveja de 355ml, por exemplo, chega a custar quase o mesmo preço de uma lata de 475ml. Dependendo do que você escolher comprar, essa variação vai diminuir para 15 ou 20%.
Segundo a Associação Gaúcha dos Supermercados do Rio Grande do Sul (Agas), os produtos das ceias de Natal tiveram um aumento médio de 8,5% em relação ao ano passado.
A dica é deixar para comprar os itens mais caros mais perto das datas das festas. Assim é possível aproveitar as promoções de última hora _ orienta o economista Frozza.
Otimismo do setor
Apesar da crise econômica e política que chacoalhou o país, as vendas para o Natal e Ano Novo são encaradas com otimismo pelos setores supermercadistas do Estado e de Santa Maria. A Agas projeta um crescimento de pelo menos 1,2% nas vendas para ceias de Natal e Ano Novo.
Com o cenário de incerteza econômica, mais pessoas vão comemorar em casa o Natal e Réveillon, o que alavancará as vendas do setor afirma o presidente da Agas Antonio Cesa Longo.
Para o presidente do Sindigêneros, as projeções são realistas e o setor terá bons resultados.
Na pior das hipóteses, projetamos, pelo menos, que as vendas sejam iguais a 2014 diz Stangherlin.