Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Prefeituras gaúchas estão estudando a revisão do aumento da passagem do transporte coletivo em seus municípios. Com a medida do governo de reduzir o preço do óleo diesel, uma das promessas feitas aos caminhoneiros grevistas, os prefeitos entendem que, sendo esse o combustível dos ônibus, nada mais justo do que baixar a tarifa.
A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Santa Cruz do Sul (Agerst) já anunciou que irá refazer o cálculo do valor da tarifa, a pedido do prefeito Telmo Kirst. Na cidade, uma das que mais crescem no Estado devido ao impulso do setor fumageiro, a passagem urbana custa R$ 4.
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Antes que os passageiros comecem a comemorar, importante alertar: a proposta corre sério risco de não dar em nada. Nem lá nem em lugar nenhum. A explicação que os prefeitos estão recebendo dos técnicos de suas secretarias de transporte e mobilidade urbana é quase a mesma.
Primeiro, que o cálculo foi feito sobre o preço do diesel praticado nos 12 meses anteriores ao aumento da passagem. Em julho de 2017, o preço médio do litro em Santa Maria era de R$ 3. Atualmente, conforme a última pesquisa do Diário, da quarta passada, já com a queda provocada pela redução proposta pelo governo, é de R$ 3,47. Um reajuste de 15,6% no período, considerando o valor atual.
A segunda questão é que, no cálculo da tarifa, essa queda de valores de agora representaria muito pouco em termos de redução da passagem. Em Santa Cruz do Sul, algo como R$ 0,03.
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POZZOBOM PEDIU ESTUDO
A pergunta é: em Santa Maria houve esse questionamento? Segundo um assessor de Jorge Pozzobom, sim. O prefeito pediu esse esclarecimento à Secretaria de Mobilidade Urbana. A resposta recebida foi baseada nos argumentos já citados: variação muito pequena no atual preço da passagem, e que o cálculo levou em conta o preço do diesel retroativo ao aumento da tarifa, em maio, quando passou de R$ 3,60 para R$ 3,90.
A planilha da prefeitura, com base nas despesas apresentadas pelas empresas, indicou que a passagem deveria custar R$ 3,93. Esses R$ 0,03 centavos a menos definido por Pozzobom, para fins de arredondamento no preço para facilitar o troco, representariam a queda, se houvesse.
Talvez a redução do preço do diesel vá valer para o cálculo do reajuste dos ônibus em 2019. Contudo, serão apenas dois meses de redução. Logo, representará muito pouco para daqui a um ano. Até porque não se sabe como ficarão os preços dos combustíveis. A continuar a política de reajustes da Petrobras, a expectativa é bem sombria.