O presente pelo meio século de vida, comemorado na próxima quinta-feira, dia 19, chegou uma semana antes. Nesta quinta-feira, Paulo Roberto Severo Pimenta foi escolhido para ocupar o cobiçado cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, em um momento em que o PT enfrenta o desgaste da Operação Lava-Jato. O parlamentar foi referendado por 14 dos 17 votantes presentes à reunião. Único representante de Santa Maria na Câmara dos Deputados, Pimenta afirmou que vai trabalhar em duas frentes: inclusão e combate à intolerância.
Não podemos nos calar diante das manifestações de ódio. Não teremos medo de enfrentá-las. Compartilhamos uma visão moderna de direitos humanos declarou Pimenta, que ficará um ano à frente da comissão, que ainda tem vaga a cadeira de vice.
O santa-mariense defende a criminalização da homofobia, é a favor da descriminalização do aborto e da maconha, além de ser contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Dos 49 anos do petista, 30 foram dedicados à militância no Partido dos Trabalhadores. Casado e com três filhos de 21, 12 e 10 anos Pimenta transferiu a família para Brasília quando foi eleito pela primeira vez, em 2002, e de lá não saiu mais. Uma vez por semana, ele vem ao Estado e, aqui, divide a agenda partidária e institucional nas 28 regiões onde obteve votos, mas o Coração do Rio Grande está sempre no cronograma.
Jornalista formado pela UFSM e técnico agrícola, Pimenta entrou, neste ano, em seu quarto mandato como deputado federal.
Daqui a dois ou quatro anos, como ele mesmo diz, "a vida vai resolver" o seu rumo político. Mas não descarta a possibilidade de concorrer à prefeitura, em 2016. Antes de ser escolhido presidente da comissão, Pimenta concedeu entrevista ao Diário em que fala sobre a atual situação do PT, os escândalos de corrupção e seus planos políticos.
Diário de Santa Maria Que avaliação o senhor faz da situação atual do PT?
Paulo Pimenta O modelo político eleitoral do Brasil chegou ao seu limite. O financiamento privado das campanhas atinge de maneira indistinta a política dos partidos de uma forma geral. Naturalmente, o PT é um partido que está mais exposto porque está no governo há 12 anos. Sobre as investigações da Petrobras, defendo que todo petista envolvido em corrupção, tem que ter o direito de defesa garantido, mas, se for culpado, deve ser expulso do PT.
Diário O senhor foi derrotado pelo atual prefeito Schirmer em 2008. O que ficou de lição daquela campanha?
Pimenta Eu não acho que a expressão correta seja derrotado. A política é um processo constante de construção, e eu entendo que, naquele momento, a cidade achou que eu poderia colaborar mais sendo deputado federal. Tanto é que na outra eleição a minha votação praticamente triplicou em Santa Maria. Tenho uma relação de respeito e parceria com o prefeito Cezar Schirmer. E faço tudo que posso fazer pelo município e região.
Diário O senhor gostaria de concorrer novamente à prefeitura?
Pimenta Eu sempre encarei a política como um projeto coletivo, mais do que um desejo individual. Eu sou um militante do PT. Existe possibilidade, pela votação que faço, pela liderança que tenho na cidade, mas o PT vai ter que analisar quem é a pessoa mais indicada para representar nossa cidade. Não sei quando, não sei se vai demorar pouco ou bastante, isso aí a vida vai resolver.
Diário Tem pretensão de ser candidato ao Senado?
Pimenta Hoje, no partido, vivemos uma nova geração de lideranças estaduais e nacionais, é natu