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VÍDEOS: apesar da chuva, autoridades recomendam que seja decretada situação de emergência

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Foto: Janaína Wille (Diário)

A pouca chuva dos últimos meses em Santa Maria causa perdas irreversíveis na agricultura da cidade, é o que aponta um relatório da Emater, que estima que, em média, 15% da produção de soja e 25% da produção de milho esteja comprometida no município. Em reunião da manhã desta sexta-feira, Emater, Sindicato Rural, Corsan, secretaria de Desenvolvimento Rural e Defesa Civil municipal e regional debateram estes e outros efeitos já causados pela falta de chuva até agora na cidade.


- Vale destacar que esses números são uma média. Há locais em que as perdas chegam a 70% do total. Essa situação vem desde novembro, quando as chuvas passaram a ser mais escassas. Tivemos um atraso no plantio das culturas do verão, como arroz e soja. As temperaturas altas e falta de umidade prejudicaram as lavouras, principalmente de milho. Não há uma perspectiva de melhora, infelizmente. O dano que já foi causado nas plantas não tem como ser revertido - afirma o assistente técnico regional da Emater Luis Fernando Oliveira.

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Há perdas também em lavouras de pasto, o que acaba refletindo na pecuária. A preocupação é também com os peixes que, com o nível baixo das águas, estão morrendo em açudes, arroios e rios. 

PERDAS EM SANTA MARIA

  • Soja - 15%
  • Milho - 25%
  • Arroz - 5%
  • Milho Silagem - 25%

PERDAS NA REGIÃO

  • Soja - 9,6% (cidades mais afetadas: São Francisco de Assis, Restinga Sêca e São Martinho da Serra)
  • Milho - 25% (cidades mais afetadas: Agudo, Silveira Martins, São Martinho da Serra e São Vicente do Sul)
  • Arroz - 1,4% (cidades mais afetadas: Vila Nova do Sul e Santa Maria)
  • Milho Silagem - 22,5% (cidades mais afetadas: São Vicente do Sul e Júlio de Castilhos)
  • Feijão - 11% (cidades mais afetadas: Pinhal Grande e Restinga Sêca)

*Dados da Emater

Uma reunião com o prefeito em exercício, Sergio Cechin, está marcada para 14h de segunda-feira, onde serão apresentados os relatórios elaborados pelas entidades. A recomendação das autoridades é para que o decreto de situação de emergência seja assinado pela prefeitura.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA
De acordo com o coordenador municipal de Defesa Civil, Adão Lemos, ainda não há desabastecimento de água na cidade por causa da estiagem. Porém, a prefeitura realiza a entrega de água potável para consumo humano para cerca de 300 famílias em algumas localidades do interior de difícil acesso, como Distrito de Santa Flora (Colônia Pena e Colônia Pinheiro), Distrito de São Valentim (Rincão do Brasil e Passo do Raimundo), localidade Faxinal da Palma e Passo do Verde.

- Nesses locais, a Defesa Civil costuma levar água em caminhão-pipa cerca de duas vezes por mês. Agora, com a seca e o calor, estamos indo três vezes por semana - afirma Lemos. 

Segundo o coordenador regional da Defesa Civil, tenente-coronel Jacob Pinton, a situação se repete em outras cidades da região, como Nova Palma e São Martinho da Serra.

- Estamos levando um reservatório de água móvel para fazer o abastecimento nas comunidades mais afetadas. Várias prefeituras da região já sinalizaram que devem assinar o decreto na próxima semana - relata. 


O QUE SIGNIFICA
Caso haja a assinatura do decreto de emergência, a prefeitura de Santa Maria consegue dispensa de licença ambiental e de licitações, o que agiliza processos e compras para amenizar os problemas da seca, como explica Adão Lemos:

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- Pegamos como exemplo a compra de um caminhão-pipa. Em época comum, seria necessário a abertura de licitação, o que demandaria alguns meses até o final desse processo. Como seria algo urgente, não dá para esperar esse tempo. Com o decreto de emergência, não é necessário fazer a licitação.

Além disso, financiamentos rurais de produtores podem ser recalculados e parcelas podem ser estendidas. Ainda, após o reconhecimento da situação pelo Estado e a homologação do decreto pela União, é possível a obtenção de recursos estaduais e federais para investir na cidade. 

O coordenador fala, ainda, sobre as diferenças entre decretos de temporal e de estiagem:

- Em termos técnicos, os decretos são parecidos. Mas, em caso de temporal, as consequências são muito mais factuais, com rastros de destruição. No caso de uma estiagem, os danos são sentidos mais tarde, depois da colheita, por exemplo.

REGIÃO
Os municípios de São Gabriel e Agudo decretaram situação de emergência nesta quinta-feira. Em São Gabriel, decreto foi assinado pela prefeita em exercício Karen Lannes na manhã desta quinta-feira. Caminhões-pipas do Exército estão distribuindo água para moradores do Assentamento Conquista do Caiboaté, as comunidades do Cristo Rei e Novo Rumo. No interior de Agudo, há falta de água para o consumo humano e animal, com córregos e sangas desaparecendo. São registrados prejuízos nas culturas de soja, tabaco, milho, feijão e arroz e também nos setores de gado leiteiro, gado de corte, todas essas culturas com redução na produtividade e até mesmo perda total em algumas lavouras.

*Colaborou Janaína Wille

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