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VÍDEO: com valorização do grão, área plantada de arroz deve aumentar na região

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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O orizicultor Helvio Pilon, 57 anos, de Arroio Grande, começa a preparar a terra. Preço elevado do grão anima o plantio da próxima safra

O período para o começo do plantio do arroz se aproxima e os agricultores estão animados com o preço do grão. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), em Santa Maria, ao longo da última semana, a saca foi vendida para a indústria ao preço de R$ 100,46, mais do que o dobro do valor do mesmo período no ano passado, quando era comercializada na faixa de R$ 45.

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O momento agora é de preparação do solo para receber a semeadura, em meados de outubro. Devido às chuvas deste mês, o produtor Helvio Pilon, 57 anos, morador do distrito de Arroio Grande, enfrenta dificuldades nessa fase pré-plantio. Com o solo úmido, é impossível colocar o maquinário para trabalhar na terra.

- Agora, precisamos fazer a incorporação da palhada da última colheita no solo e, também, o nivelamento do terreno para a penetração da plantadeira. Estou esperando uma nova janela de tempo seco para finalizar a preparação do terreno - conta Pilon, que, desde a infância, está envolvido com a orizicultura.

Apesar de ainda não ter completado a preparação dos seus 65 hectares, ele prevê começar o plantio nos meses estipulados. A semeadura deve terminar em novembro. A colheita, conforme o Irga, ocorrerá entre fevereiro e abril de 2021. Pilon espera que o bom preço da saca se mantenha até lá.

- Em março, cheguei a vender a saca por R$ 50. Tomara que o preço mais alto se mantenha até a safra. O melhor preço movimenta toda a economia. Os agricultores se animam e investem em maquinário, por exemplo. É bom para todos - empolga-se o agricultor.

ÁREA PLANTADA
Conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área plantada de arroz na Região Central para a próxima safra deve ficar em torno de 130 mil hectares. Quando comparado à última colheita, o dado representa um aumento de 1,98% em terrenos semeados.

Para essa estimativa se confirmar, segundo o engenheiro agrônomo do Irga, Gionei Alves de Assis, é preciso que as fontes de água estejam com 100% da capacidade. No momento, elas estão em 75%. As fontes de irrigação para as lavouras da região são rios e arroios, 60%, e açudes e barragens, 40%.

- Os agricultores têm falado que os insumos agrícolas utilizados nas lavouras ficaram mais caros. Para compensar os custos de produção, é preciso que, na safra, a saca seja vendida a, no mínimo, R$ 70 ou R$ 75, não pode baixar muito - diz Assis.

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NAS PRATELEIRAS DOS SUPERMERCADOS, PREÇOS CONTINUAM ELEVADOS
Ao mesmo tempo em que os produtores comemoram o reajuste no valor da saca, o consumidor reclama do preço do arroz nas prateleiras dos supermercados. Em Santa Maria, o quilo do arroz branco, que custava R$ 3, chegou a R$ 6 em setembro. Ainda é possível encontrar o grão à venda por preços entre R$ 4 e R$ 5 o quilo.

Vários fatores interferem no aumento. A queda na produção, maior consumo na pandemia, estoques baixos e a alta do dólar estão entre eles. A valorização da moeda americana encarece os insumos agrícolas e estimula as exportações, pois, internacionalmente, melhora o preço das commodities e o custo é refletido no mercado interno brasileiro.

- A população tem que se acostumar com o arroz mais caro. A tendência é que o preço nos mercados não volte aos patamares que estávamos acostumados. Há muito tempo não havia reajuste no valor para os produtores e, pela primeira vez em anos, temos uma melhora do valor da saca - opina o agricultor Helvio Pilon.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou, por meio do Diário Oficial da União, uma portaria que regra a importação de arroz com isenção de imposto. A medida, segunda a titular da pasta, Tereza Cristina, serve para conter a alta no preço e evitar desabastecimento do produto nas prateleiras dos supermercados. Por outro lado, os orizicultores não concordam com a decisão porque poderá prejudicar a atividade. Também alegam que não há o risco de desabastecimento do mercado brasileiro alegado pelo governo federal.

*Colaborou Rafael Favero

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