Estudante que fraturou os pés em queda de elevador da UFSM se supera ao concluir prova da Maratona de Santa Maria cinco meses após o acidente

Estudante que fraturou os pés em queda de elevador da UFSM se supera ao concluir prova da Maratona de Santa Maria cinco meses após o acidente

Foto: Sandro Bertazzo/Foco Radical

No dia 17 de abril deste ano, Pedro Abreu Domingues, 24 anos, viveu o momento mais apreensivo de sua vida, quando estava no elevador que despencou no prédio 40 C, da Universidade Federal de Santa Maria. Quase cinco meses depois do acidente, o jovem venceu mais uma etapa de sua recuperação ao concluir a prova dos 10 km na 2ª Maratona de Santa Maria. Em meio a emoção pelo momento, ele quer retomar o costume da prática esportiva com intensidade e se diz realizado por voltar a fazer o que mais gosta: correr.


Relembre 

Um elevador do prédio 40 C, da UFSM, caiu na tarde do dia 17 de abril deste ano com cinco pessoas, sendo quatro alunos e uma professora. Os cinco foram encaminhados para hospitais da cidade e foram liberados conforme o grau de suas lesões. No caso de Pedro Abreu Domingues, que fraturou os dois pés, além de ter rompido o ligamento do pé esquerdo, foi determinado que ele utilizaria uma bota ortopédica, além de uma muleta para se locomover.


Pedro Abreu Domingues, um dia após o acidenteFoto: Beto Albert

A relação com o esporte e as dificuldades na recuperação

Atualmente estudante do segundo semestre de Educação Física (antes cursava Filosofia), o jovem ingressou no curso em função da afinidade por esportes. Ele é praticante da corrida de rua e integra as equipes de atletismo e orientação da universidade. O seu grande objetivo era a disputa dos Jogos Universitários Gaúchos, que deveriam ter ocorrido em maio, mas foram adiados em função das enchentes. Inclusive, enquanto era levado para a ambulância, após o acidente, o estudante manifestava muita preocupação com seus pés, pensando no tempo que ficaria longe das competições.

– Fiquei preocupado em relação ao que poderia ter acontecido com meus pés, e quanto tempo eu teria de ficar parado. Enquanto eu chorava, dizia para o socorrista que eu não poderia me lesionar naquele momento, que era muito especial para mim, porque eu ia competir os Jogos Universitários Gaúchos no mês seguinte – relatou.

Durante a recuperação, o estudante ficou três meses sem praticar esporte, mantendo apenas um treino leve para membros superiores. Após 50 dias, ele pôde tirar a bota ortopédica e deu início à fisioterapia. No começo, eram realizadas quatro sessões por semana, sendo duas em uma clínica no Centro e duas na UFSM. O principal desafio era recuperar o equilíbrio na hora de caminhar para que, aos poucos, pudesse voltar a correr.

– Eu acabei perdendo um pouco da noção de equilíbrio. Foi complicado reaprender a andar e, gradativamente, a correr. Era muito doloroso e eu tinha dificuldade para recuperar o ritmo da passada – comentou.

Conforme as sessões foram avançando, Pedro iniciou o processo de retorno ao esporte. Durante duas semanas, correu na grama para exigir menos de seus pés. Após o período, voltou ao asfalto, mas em distâncias menores, aumentando o trajeto conforme se sentia mais confortável. Vale destacar que, mesmo imobilizado, o jovem seguiu indo aos treinos de atletismo semanalmente para incentivar os colegas.


A disputa da Maratona

Foto: Felipe França

A primeira competição do estudante em seu retorno às pistas foi justamente os Jogos Universitários Gaúchos, nas categorias 5 mil metros e 10 mil metros, que haviam sido adiados para o dia 3 de agosto. Posteriormente, ele participou do Campeonato Brasileiro de Orientação, 19 dias depois. Ambas as disputas foram em Santa Maria.

No entanto, a prova de maior destaque foi a 2ª Maratona de Santa Maria, na qual Pedro Abreu Domingues participou da categoria dos 10 km. Após 42min11seg, ele concluiu o trajeto e terminou na 26ª colocação, dentre os 659 competidores que estavam na categoria. Em 2023, na primeira edição do evento, o jovem participou da meia-maratona (21 km). Porém, o significado de ter feito o percurso desta vez foi diferente.

– O filme que passou na minha cabeça foi de superação. Eu chorei durante o percurso, e ao término dele também. Eu pude sentir a energia das pessoas, além de voltar a uma prova de rua, que eu tanto gosto e fiquei meses sem fazer – afirmou.

Apesar do resultado positivo, ele comenta que o mais importante foi ter voltado a se sentir bem perante a uma prova de longa distância. Enquanto ia percorrendo o trajeto, não tinha como não lembrar das dificuldades que enfrentou durante o processo de reabilitação.

– Comecei a relembrar os momentos difíceis que passei. Aquele momento que o elevador cai e eu olho para os meus pés fraturados. Lembrei de quando eu estava engessado na maca, que eu estava sendo levado na ambulância e ela passava pela mesma avenida que eu pude correr meses depois, na Maratona. As dificuldades na fisioterapia, as microlesões que iam aparecendo, as minhas dores e de meus colegas que estavam junto… Parecia que eu estava superando todos esses desafios durante a prova – disse, orgulhoso.


Pedro Abreu Domingues, emocionado, antes de cruzar a linha de chegadaFoto: Sandro Bertazzo/Foco Radical


Futuro

Após cinco meses do acidente, Pedro Abreu Domingues ainda frequenta fisioterapia e realiza três sessões por semana. Quanto às dores, ele as descreve como “suportáveis” atualmente.

No que diz respeito ao esporte, o grande objetivo é obter índice para a disputa dos Jogos Universitários Brasileiros de 2025. Para isso, ele precisará de um bom desempenho nos Jogos Universitários Gaúchos do próximo ano. Na orientação, o estudante quer melhorar o desempenho em provas que não têm muita afinidade e planeja seguir participando do projeto de extensão “Esporte e Orientação”, que leva a prática da modalidade para a comunidade acadêmica e para alunos do Ensino Fundamental de escolas do município.

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Antonio Oliveira

antonio.oliveira@diariosm.com.br

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