Foto: Silvio Avila/CPB
Chegou ao fim a Paralimpíada de Paris. Após 12 dias de competições, a China foi a grande vencedora, com um total de 220 medalhas. O Brasil, que desembarcou na capital francesa como potência paralímpica, superou as expectativas e terminou a edição com o quinto lugar no quadro de medalhas. Além disso, o país bateu o recorde de medalhas conquistado nas duas últimas paralimpíadas, que era de 72. Em 2024, foram 89, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze.
Meta alcançada
Antes do início dos Jogos, o Brasil já era colocado como um dos destaques em função de leis de incentivo ao esporte, além da presença do Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo, que é visto como referência no mundo. O próprio Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) colocava como objetivo superar as 72 medalhas alcançadas no Rio de Janeiro, em 2016, e em Tóquio, em 2021, assim como melhorar a colocação no quadro de medalhas em comparação a tais edições, oitavo e sétimo, respectivamente.
Em Paris, as metas da delegação brasileira, a maior de sua história com 280 atletas, tornaram-se realidade e consolidaram o país, pela primeira vez na história, como uma das cinco melhores nações no que diz respeito ao esporte paralímpico. Com a quinta colocação, e as 89 medalhas, o Brasil ultrapassou países de tradição, como Itália, Ucrânia e a anfitriã França. Da mesma forma, a equipe brasileira também obteve mais pódios que a quarta colocada, Holanda, que garantiu 72. No entanto, os europeus tiveram dois ouros a mais e, portanto, conquistaram uma melhor colocação.
Atletas de destaque
Em meio às dezenas de medalhas, é difícil pontuar os atletas de maior destaque, visto que muitos brasileiros marcaram o seu nome na história do esporte paralímpico. Mesmo assim, nas piscinas, dois atletas conquistaram o carinho do público francês após dominarem as provas.
Carol Santiago, pernambucana que treina em Porto Alegre, foi a brasileira que mais subiu ao pódio em Paris. Com três ouros e duas pratas, ela se tornou a maior medalhista de ouro da história do país, com seis conquistas. Após sua segunda Paralimpíada, a nadadora soma 10 pódios. Ela competiu na classe para atletas com baixa visão.
Outro destaque da natação foi Gabriel Araújo, o Gabrielzinho. Em três provas na categoria para atletas com limitações físicas, principalmente com braços, pernas e/ou troncos com movimentos restritos, o mineiro garantiu três medalhas de ouro. Ele ainda competiu outras duas provas em uma categoria acima, mas não chegou ao pódio.
A natação garantiu ao Brasil 26 pódios em Paris. No entanto, o esporte que mais rendeu medalhas ao país foi o atletismo, com 36. O judô esteve na terceira colocação, com oito conquistas.
Representantes da região
Entre os atletas, apenas Reinaldo Charão, do tiro com arco, esteve representando a região na Paralimpíada de Paris. Natural de São Gabriel, ele competiu em duas modalidades e obteve o melhor resultado da história do país nas duplas mistas, terminando com a quinta colocação, ao lado de Jane Karla. Na prova individual, o arqueiro foi eliminado nas oitavas de final.
Outro representante foi Cleverson Silva dos Santos, treinador da paracanoagem, que é natural de Santiago. Pela primeira vez na delegação paralímpica, ele viu quatro medalhas no esporte, sendo um ouro, duas pratas e um bronze. Inclusive, foi na conquista da terceira colocação de Miqueias Rodrigues, atleta que trabalha com Cleverson no Clube de Regatas Curitiba, que o treinador se emocionou e protagonizou uma cena que viralizou nas redes sociais. Confira.