legado cultural

Música e gratidão marcam noite de homenagens do Theatro Treze de Maio à madrinha Eva Sopher

Fotos: Julien Moretto

Responsável direta pela reabertura de dois dos maiores teatros do Sul do Brasil, a renomada produtora cultural Eva Sopher, que completaria 100 anos em junho deste ano, foi homenageada na noite de 30 de junho no Theatro Treze de Maio, hoje dirigido por sua filha, Ruth Péreyron. Proclamada madrinha do importante espaço cultural, Eva Sopher foi tema do Concerto Banrisul na Cidade Cultura, que narrou e homenageou seu legado e também passa a dar nome à sala administrativa da casa de espetáculos santa-mariense.

Homenagens ao centenário de Eva Sopher também ocorreram na capital Porto Alegre ao longo do mês de junho, uma vez que ela foi diretora do Theatro São Pedro e trabalhou arduamente pela sua recuperação, após um longo período de decadência.

Ruth Péreyron também relembra a importância da luta da mãe pela manutenção do Theatro Treze de Maio na Cidade Cultura. Eva Sopher inclusive esteve em Santa Maria para participar da cerimônia de reabertura do espaço, em 1997, e foi ela que, com sua bengala, fez as “três pancadas de Molière” no novo palco, ato tradicional sinaliza que um espetáculo está prestes a começar. 

– A minha mãe deu o pontapé. Na época da gestão do prefeito Evandro Behr chamaram ela para discutir sobre a situação do prédio do Theatro, já que ela tinha se envolvido na revitalização do São Pedro, em Porto Alegre. Ela pediu que não derrubassem o prédio histórico, como era previsto. E teve o pedido acatado. E depois, na gestão do prefeito Farret, a então secretária de cultura, Maristela Moura me instigou a criarmos a Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio. Então voltei a pedir a ajuda de minha mãe e a Associação completa 30 anos agora em julho, ajudando a manter o espaço de pé – conta Ruth.

Ruth Péreyron e a placa em homenagem à mãe, Eva Sopher, que agora dá nome à sala administrativa do Theatro Treze de Maio


Pouco antes do espetáculo começar, às 20h, Ruth resgatou uma famosa tradição da mãe: entregou pessoalmente ao público que chegava ao Treze o programa do concerto. Inspirado no livro Doce Fera: Fragmentos Biográficos de Eva Sopher, de Antônio Hohlfeldt, o espetáculo contou com maestria dos arranjos e direção artística de Dilber Alonso e a direção geral da própria Ruth Péreyron. Participaram os músicos Marina Montero, Adriane Diniz, Helio Valentim, Ezequiel Zimmer, Lara Montero, Leonardo Menin, Fabio Chagas, Guilherme Glienke e Miguel Zanotelli.

Depois de falas que enalteceram o legado e a vida de Eva Sopher, a pequena orquestra presente no palco inaugurado por Eva Sopher apresentou uma série de clássicos, começando por Se Todos Fossem Iguais a Você, de Tom Jobim. Passando por Beethoven, samba e valsa, o concerto encerrou com muita emoção ao som do clássico Tocando em Frente, de Almir Sater e Renato Teixeira. No repertório, estavam as músicas preferidas de Eva Sopher, indicadas pela filha Ruth.

O espetáculo do dia 30 de junho é uma realização da Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio com patrocínio do Banrisul e da Padaria Kipão e faz parte do projeto Concerto Banrisul na Cidade Cultura, aprovado pelo Treze em edital de fomento à cultura. É o primeiro de três eventos que serão executados ao longo do ano.

Da esq. p/ dir., membros da Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio: Sergio Silva, Ruth Péreyron, Mário Silva, Loeci Procati (presidente da Associação), Marta Isaia e Sérgio Marques


O arquiteto e produtor cultural Luiz Gonzaga Binato, relembra que Eva Sopher marcou a cultura do Estado, do Brasil e realizava até mesmo articulações internacionais.

– Ela tinha uma predileção muito grande por Santa Maria por meio da continuidade da filha e da decisão dela no sentido de que esse edifício fosse restaurado devidamente. É muito justo que ela seja a madrinha do Treze. Pessoas como ela não morrem porque deixam as suas obras e isso é fundamental, é a contribuição de cada cidadão com a sua comunidade. Medimos o valor de uma pessoa através disso e tanto a Eva quanto a Ruth provam essa minha teoria – finaliza Binato.


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Bernardo Abbad

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