Montagem a partir de fotos de Luciano Santos, divulgação
O Dia de São Jorge, que se comemora nesta terça-feira (23), é também o dia de abertura da exposição Para Jorge, dos artistas Luciano Santos e Helena Macedo. Será na sala de Sala de Gravura e Artes Replicáveis da Solar (Rua Venâncio Aires, 344), no horário entre 19h e 22h. A mostra ficará em exposição até maio.
– São Jorge guerreiro, este tão forte e encantador ser, é o tema central na obra destes dois grandes artistas que, através da sua poética, personificam este emblemático e histórico símbolo, ultrapassando o campo do humano, figurando entre o espiritual, o divino, o simbólico e o cultural, presentes em nossa sociedade e também na vida destes artistas – apresenta Márcio Flores.
A artista Helena Macedo traz em sua trajetória (nos âmbitos da formação acadêmica, social e espiritual), a presença constante deste personagem, seja no uso das simbologias e signos, nas cores, formas ou na apropriação da imagem deste ícone, criando releituras e ressignificações. Nesta mostra, a artista se utiliza da arte seriada, a isogravura, para transformar o conjunto de significações, criando um contexto único, forte e impetuoso. Com isso, traz para sua obra uma dramaticidade autentica, própria da artista, instigando a diferentes olhares e leituras visuais.
O outro artista que integra a mostra, Luciano Santos, reinstaura novas perspectivas visuais dentro da própria sacralidade que o instiga há algum tempo, apresentando estandartes adornados com uma profusão de elementos visuais. Em sua trajetória, Luciano vem explorando o sincretismo religioso entre a cultura e a fé cristã concomitantemente aos preceitos religiosos afro brasileiros, em simbioses e dualidades que se mesclam num espetáculo que remete aos grandes carnavais ou procissões, unindo o sagrado e o profano, de acordo com o olhar do expectador.
– Duas pesquisas importantes, que resultam em uma grande mostra, com potencialidades poéticas que instigam e reverberam no campo da imagética, do simbólico, do conceitual, da historicidade e, porque não, criticidade? Ao contextualizarem em suas obras o papel da religiosidade em nossas vidas, os artistas possibilitam inúmeras críticas, abarcando desde os processos sociais, históricos e culturais vivido hoje na contemporaneidade – complementa Flores.