Foto: Reprodução / Ronald Mendes
O acordeonista e compositor santa-mariense Fernando Ávila, conhecido por sua atuação na música instrumental, retorna à França para mais uma apresentação internacional. O concerto ocorre na quarta-feira (13), às 20h, no templo de Massillargues-Attuech, uma pequena comuna localizada no sul do país, próxima a cidade de Avignon. Essa será a quinta vez que o músico leva seu trabalho autoral e a música regional do sul do Brasil ao público francês, em uma relação cultural que teve início em 2017 e que só se fortaleceu desde então.
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O concerto em Massillargues-Attuech seguirá o formato já característico das apresentações do músico na França: será realizado em uma igreja, com entrada livre e contribuição espontânea do público, em um formato conhecido como “libre participation”. Conforme ele explicou ao Diário, essa prática é comum em apresentações culturais realizadas no continente europeu, especialmente em espaços religiosos, que oferecem excelente acústica e servem também como forma de valorização e preservação do patrimônio local. Em uma das apresentações anteriores, por exemplo, parte da renda foi destinada à restauração dos vitrais de uma igreja de mil anos, em Saint-André-de-Roquepertuis.
Em suas apresentações, o músico adota uma abordagem narrativa e teatral. Conta histórias, conversa com o público, contextualiza cada peça executada. No espetáculo mais recente realizado em Santa Maria, intitulado "Meia-noite em Paris", o artista incorporou personagens, criou enredos e até encenou uma ligação fictícia com o presidente francês, Emmanuel Macron, em uma brincadeira que arrancou risadas da plateia. Esse estilo, segundo ele, também encanta o público europeu e aproxima culturas.

Conexão Brasil-França
A conexão com a França começou quase por acaso, quando Fernando Ávila foi convidado por um francês admirador do acordeon e da música gaúcha para realizar concertos no interior do país. A partir desse primeiro contato, criou-se uma relação duradoura: além de manter apresentações anuais no país, o músico passou a estudar francês, desenvolver repertórios voltados à cultura local e a dialogar musicalmente com o público europeu.
– Eu acredito cada vez mais que o artista, e no meu caso, o músico, ele é um um veículo de comunicação. O músico que não se comunica, ele não consegue prosperar no trabalho dele. Então eu sou esse elo entre culturas. Quando estou aqui, trago influências da França; quando estou lá, levo a música do Rio Grande do Sul, a milonga, o chamamé, o tango. Isso se acentua quando estou longe de casa – compartilha Ávila.
Além de concertos, o artista também ministra masterclasses e recitais em outros países europeus, como Portugal e Bósnia-Herzegovina. Suas composições autorais para acordeon já são utilizadas por professores e estudantes do instrumento em diferentes partes do mundo.