Vicente Paulo Bisogno

As escolhas da vida


Um professor chegou na sala de aula e diante do olhar curioso de seus alunos preencheu um pequeno pote com várias bolinhas de golfe, e perguntou se o pote estava cheio. Todos responderam que sim. Aí colocou algumas pedrinhas pequenas, repetiu a pergunta e a resposta foi a mesma. Em seguida, colocou areia, mesma pergunta, mesma resposta. Finalmente, abriu uma garrafa de vinho e despejou no pote.

 
O professor sugeriu aos alunos que imaginassem que o pote representa a vida de cada um. As bolas de golfe são as coisas importantes da vida: família, amigos, saúde, tudo que tem mais valor. As pedrinhas são coisas também relativamente importantes: a casa, o emprego, o carro. A areia é qualquer outra coisa. São as coisas pequenas, que não fariam nenhuma falta.

Se você colocar primeiro a areia no pote, não sobra espaço para as pedrinhas ou para as bolas de golfe. A mesma coisa acontece na vida. Quando a gente gasta todo tempo e energia nas coisas pequenas, supérfluas, ilusórias, não sobra tempo para focar naquilo que verdadeiramente interessa. A vida está cheia de falsos valores, que muitas vezes nos tiram do rumo, nos afastam daquilo que verdadeiramente é importante. É necessário estabelecer prioridades, tudo mais é só areia, nuvem passageira. Há muito mais depois das nuvens, além do que se vê com os olhos físicos.

Um aluno mais atento perguntou qual o significado do vinho no pote. Serenamente, o mestre respondeu que o significado do vinho é que não importa o quão cheia a vida pareça estar, sempre é importante deixar espaço para uma comemoração, seja numa sala repleta de pessoas ou num brinde silencioso; seja para comemorar uma reconciliação, a chegada de alguém, ou para celebrar a doce lembrança de quem já partiu.

A vida pode ser vazia ou plena, depende das escolhas que fizermos e que repercutirão agora e depois.


Uma visão científica (e sem tabus) da Covid-19

As notificações de novos casos reabriu o debate sobre a Covid-19. Fui buscar a opinião do Dr. Carlos Von Muhlen, brasileiro (gaúcho), que mora há anos nos Estados Unidos. Possuidor de um vasto currículo, o Dr. Von Muhlen atualmente é pesquisador sênior e consultor médico de importantes empresas de biotecnologia nos Estados Unidos. Tem centenas de publicações nos principais periódicos médicos e é ativo palestrante em congressos e eventos científicos internacionais, com capítulos nos mais importantes livros-texto de reumatologia e imunologia.

 
Para o Dr. Von Muhlen a explicação é muito simples: “o vírus continua evoluindo e vai continuar evoluindo. Não há nenhum mistério nisso, é o que o vírus faz, é da sua natureza e da sua essência. Nós estamos agora com outras variantes da ômicron se espalhando pelo mundo inteiro, e portanto essas vacinas que foram criadas para variantes anteriores não vão combater adequadamente este último vírus, por isso a necessidade de receber novas doses de reforço”. Disse ainda que nos Estados Unidos está se fazendo um reforço de dose monovalente, que combate justamente essas últimas variantes da ômicron. “Quem recebeu as quatro doses anteriores está suscetível de pegar a Covid porque os anticorpos formados pelas vacinas anteriores não protegem mais contra esses vírus novos. É a mesma coisa que podemos dizer em relação às vacinas contra a gripe. Todos os anos se tem que fazer uma vacina nova porque o vírus evolui. Não é que a vacina não funciona, ou algo assim, é porque simplesmente o vírus vai adiante, se transforma, vai tentando evadir-se das defesas que são criadas contra ele”.

Sobre a redução do número de internações e óbitos, disse que as pessoas vacinadas podem apresentar sintomas tradicionais do trato respiratório superior, “mas não chegam a fazer aquela tempestade imunológica, problemas de pneumonia avassaladora como ocorria na Covid original. Já as pessoas que não fizeram vacinas estão sujeitas a ter problemas mais sérios”. Sobre as controvérsias que ainda existem, afirmou: “ É importante lembrar que o vírus é apolítico, assim como a medicina e a ciência são apolíticas”.

Em Santa Maria, segundo o Secretário de Saúde, Guilherme Ribas, na última semana de outubro, dos 164 testes realizados, 65 foram positivados, num aumento de 39,6%. Até o fechamento da coluna havia registro de 3 internações por Covid em leitos clínicos, nenhuma em UTI. Não há registro de óbitos.

A ideia foi trazer uma visão técnica, e de grande credibilidade, diante de um cenário que ainda gera preocupações e sugere cuidados adequados.


AGENDA 

  • 13 DE MAIO: exemplar a organização e a contribuição do Theatro Treze de Maio à cultura da cidade. Ao final de cada mês é divulgada toda a programação do mês seguinte. A agenda de novembro, mais uma vez, contempla várias formas e estilos culturais, com atrações para todos os gostos. Os detalhes podem ser conferidos pelo site: theatro13maio.wixsite.com/theatro13maio/agenda.
  • CONFLITO ISRAEL-PALESTINA: a Sedufsm espera um bom público no seu auditório na próxima quarta-feira, 8 de novembro, às 19h, para o debate sobre o conflito Israel-Palestina. Presenças do professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), da Universidade Federal Fluminense, Universidade de São Paulo e da Hebrew University of Jerusalém, Pietro Nardella-Dellova, e o socioambientalista, internacionalista e comunicador do Canal Bem Vivendo, Thiago Ávila. A mediação será do professor da UFSM e diretor da Sedufsm, Leonardo Botega.
  • ASSOCIAÇÃO ITALIANA: a Agência Consular Honorária da Itália em Santa Maria e a Associação Italiana local (AISM) estão preparando o lançamento do Festival de Cinema Italiano no Brasil, dia 16 de novembro, 19h e 20h30min, no Theatro Treze de Maio. Serão exibidos filmes na categoria “Inéditos” e na categoria “Retrospectiva”. O lançamento, para convidados, ocorrerá na sede da AISM, quarta-feira, dia 8 de novembro, às 18h.
    E a vida continua, nesta e em outras dimensões!

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