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Mudam os governos, mas uma prática segue em Brasília

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Camargo

Os governos mudam, mas uma prática nefasta continua em Brasília: a de levar vantagem em tudo, mesmo que se passe por cima da lei ou da ética. Além dos casos muitos suspeitos envolvendo os filhos de Jair Bolsonaro, que teriam recebido parte dos salários dos assessores no passado, agora fatos do presente revelam que segue faltando ética por lá. Esta semana, veio a revelação de que o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, realizou 67 encontros com clientes e ex-clientes de sua empresa, a FW Comunicação, enquanto está no cargo de assessor direto de Bolsonaro, na atual gestão. Em suma, por meio da FW Comunicação, negociava publicidade para o governo federal com emissoras de TV, como SBT e Record. Com isso, a FW ficava com parte da verba que ele próprio decidia a destinação por ser chefe da comunicação do governo.

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Apesar de ser um claro conflito de interesses, o presidente Jair Bolsonaro colocou panos quentes, da mesma forma como faziam outros governos passados, que ele tanto criticava. Bolsonaro disse ontem: "Se foi ilegal, a gente vê lá na frente. Mas, pelo que vi até agora, está tudo legal, vai continuar". Para piorar, colocou a culpa na Folha de S.Paulo, e declarou: "Fora, Folha de S.Paulo, você não tem moral para perguntar, não", afirmou, pedindo que outros repórteres fizessem perguntas. "Cala a boca", disse Bolsonaro à reportagem.

Assim como fizeram FHC, Lula e Dilma, colocou a culpa na imprensa. É a estratégia de todos para acobertar seus erros. Ao menos, no quesito corrupção, por enquanto, a única diferença entre o atual governo e os passados é que os escândalos não envolvem valores milionários, como no caso das privatizações na época de FHC ou do mensalão e do petrolão de Lula e Dilma, cujos volumes de dinheiro eram estratosféricos - e havia corrupção generalizada, envolvendo vários partidos. Mas não deixa de ser grave.

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