Com o pedido de recuperação judicial feito pela empresa 123 Milhas, que foi aceito ontem pela Justiça, deixaram de ser emitidos os vales (vouchers) que haviam passado a ser oferecidos para clientes que não receberam as passagens aéreas compradas por meio do site. A alegação da empresa é que, devido à recuperação, fica impedida de gerar esses vouchers.
Com isso, quem pagou por viagens e não pôde viajar agora terá de entrar com ações judiciais para reaver o dinheiro. Até porque, como a recuperação judicial foi aceita pela Justiça mineira, a 123 Milhas ficará 6 meses sem precisar pagar dívidas e terá de negociar com os credores prazos e condições para quitar o que deve. Além disso, será definida uma ordem de pagamento dos credores, conforme regras da legislação.
Diante disso, o advogado Lucas Athayde, da Athayde Advogados, de Santa Maria, orienta que os clientes da 123 Milhas entrem com ações judiciais, pois é a única forma de tentar garantir algum direito de ressarcimento futuro. Athayde fala às quintas, às 10h40min, na Rádio CDN, sobre direito do consumidor.
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A CPI das Pirâmides Financeiras, no Congresso, convocou os sócios da 123 Milhas para depor, pois suspeitam que a empresa atue como se fosse uma pirâmide financeira, em que precisaria um grande número de novos clientes para sustentar o negócio.
A 123 Milhas compra milhas de viagens de passageiros que não as utilizaram a preços mais baixos e, com elas, compra passagens mais baratas das companhias aéreas. Porém, chama a atenção que, em 2021, a empresa foi a maior anunciante do país, com R$ 2,37 bilhões em publicidade, inclusive em aeroportos. Em 2022, segundo o ranking da Agência & Anunciantes, ficou em 2º lugar, tendo gasto R$ 1,18 bilhão.
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