Foto: Tales Trindade (Diário)
A Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) fez um levantamento junto à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da universidade e descobriu que o reajuste salarial de 9% para os professores da Federal, pago no início de maio, aumentou em R$ 5,6 milhões a folha de pagamento mensal. Ela totalizou R$ 59 milhões depositados nas contas dos professores. Segundo a Sedufsm, isso significa mais dinheiro circulando em Santa Maria e região. Quando se olha o cenário nacional, o impacto do reajuste, incluindo todo o funcionalismo, significará, apenas em 2025, cerca de R$ 16 bilhões a mais a circular na economia.
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Atualmente, segundo a Sedufsm, a UFSM tem 2.088 professores ativos, 1.245 aposentados e 383 pensionistas. Segundo cálculos da Progep, o valor que é agregado mensalmente à folha de pagamento docente, quando vislumbrada para o período de um ano, fica próximo de R$ 70 milhões, levando em conta o fato de que, além da folha convencional, há variação por outros benefícios, como por exemplo, o 13º salário.
No que se refere ao país, esse volume de recursos tende a crescer porque haverá novo reajuste (3,5%) em 2026, além de outros ajustes, que atingem basicamente servidores em atividade, como é o caso do vale-refeição. Dessa forma, a previsão do Ministério da Gestão e Inovação (MGI) é que o impacto geral em 2026 alcançará R$ 26,76 bilhões e, em 2027, atingirá R$ 29,17 bilhões.
Para o presidente da Sedufsm, Everton Picolotto, os números mostram o impacto positivo da mobilização feita em 2024, que resultou em ganhos, como a recomposição salarial em 2025 e 2026 e vários reajustes de benefícios.
– O valor de quase R$ 6 milhões ao mês é bastante significativo para que se possa recuperar, ao menos em parte, o poder de compra que já tivemos no passado. Nossos salários foram rebaixados, mas agora conseguimos recuperar, ao menos em parte, dando mais dignidade à categoria, maior capacidade de honrar compromissos e fazer investimentos – afirmou o presidente da Sedufsm.
Impacto na economia
Picolotto explica que, devido à defasagem salarial, muitos docentes enfrentavam dificuldades financeiras e, com a recomposição iniciada este ano, ainda que de forma parcial, as condições dessas pessoas melhoram. Além disso, ressalta ele, esses recursos acrescidos aos salários são fatores importantes no fortalecimento da economia local e do próprio país, tendo em vista que servidores e docentes também são consumidores dos mais diversos tipos de produtos e bens.
Daniel Coronel, professor do departamento de Economia e Relações Internacionais da UFSM, também enfatiza a importância do reajuste docente e do conjunto de servidores/as.
– Esse tipo de medida é fundamental para o crescimento e circulação de renda na cidade de Santa Maria e em toda região – destaca.
Ele acrescenta que a partir da vigência dos benefícios salariais “observa-se o aumento nos fluxos de comércio e serviços, estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico”.
Ainda nesta perspectiva, o economista ressalta que esses novos valores nos salários geram um efeito multiplicador e o aumento dos gastos se espalha para os demais setores da economia.
– Isso mostra, mais uma vez, de forma inequívoca, a contribuição da UFSM para além do ensino, pesquisa, extensão e inovação, para o crescimento de Santa Maria e seu entorno. Ou seja, ao longo dos 365 dias são recursos injetados na economia, que contribuem para o PIB municipal e para a arrecadação de receitas, os quais, se bem empregados, podem trazer benefícios e mudar a configuração da cidade – opina Coronel.
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