Daniela Lopes dos Santos

Terapia Ocupacional no envelhecimento

Já é bem reconhecido que o envelhecimento saudável pode envolver vários tipos de profissionais, já que é um processo multifatorial. Um dos profissionais que vem ganhando bastante importância neste processo é o terapeuta ocupacional. 


De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, este é um profissional com formação nas áreas de Saúde e Sociais. Sua intervenção compreende avaliar o cliente/paciente, identificando alterações nas suas funções práticas, de acordo com sua faixa etária, sua formação pessoal, familiar e social.


O terapeuta ocupacional busca ajudar o paciente a realizar atividades do dia a dia quando existe alguma dificuldade. Um dos propósitos é a independência da pessoa em suas ações do cotidiano como tomar banho, se vestir, comer e outras. 


Esse profissional trabalha a partir das habilidades e limitações de cada pessoa, criando junto com o paciente novas formas de fazer o que ele quer e precisa, com a maior autonomia e independência possíveis. É um profissional que atua em várias fases da vida.


Papel do terapeuta na população idosa 

No Brasil, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional reconheceu a Gerontologia como especialidade da Terapia Ocupacional, apenas no ano de 2016. 


Ficou claro, então, que o papel do Terapeuta Ocupacional na área da Gerontologia é trabalhar na prevenção de doenças e promoção da saúde, preparar o idoso para os acontecimentos consequentes ao processo de envelhecimento, como aposentadoria e perdas, incentivar o convívio social, familiar e melhorar o seu desempenho nas atividades cotidianas, auxiliando o idoso a manter a sua autonomia e independência.


Algumas ações da terapia ocupacional na qualidade de vida de idosos


  • Planejamento de alta hospitalar: durante as internações hospitalares, os idosos correm risco significativo de declínio funcional e muitas vezes recebem alta com um nível de capacidade funcional inferior ao que tinham ao serem internados. 


O objetivo do planejamento da alta é permitir que tanto o profissional de saúde como o idoso trabalhem em conjunto para organizar, da melhor forma, o seu regresso para casa, identificando quaisquer necessidades e organizando o apoio após a alta. O planejamento bem-sucedido da alta também pode reduzir o tempo de internação hospitalar, as taxas de reinternação e a carga do cuidador, melhorando, inclusive, o processo de total recuperação.

  •  Melhora/recuperação do desempenho ocupacional: a população idosa pode ficar fragilizada fisicamente, por consequência de doenças crônicas, quedas, lesões e fraturas, dificultando a realização de atividades da vida diária. O terapeuta ocupacional avalia as condições físicas e o ambiente em que o idoso vive, para junto com ele, organizar adequações no seu ambiente que facilitem o desempenho de suas ocupações. 


Também podem ser realizados, juntamente com profissionais de Educação Física, programas de fortalecimento muscular e melhora do equilíbrio corporal, para que o idoso tenha mais autonomia e independência física, podendo voltar a realizar as atividades diárias com mais confiança e menor risco.


  •  Melhora/recuperação do desempenho cognitivo e social: a população idosa pode estar sujeita a problemas cognitivos, como perda de memória, e a problemas sensoriais, como diminuição da audição e da acuidade visual. Isso faz com que, muitas vezes, o idoso se isole, piorando ainda mais seu desempenho cognitivo e social. O terapeuta ocupacional tem um importante papel neste sentido, pois propõe estratégias de interação social e desenvolve atividades lúdicas, como jogos, artes e exercícios cognitivos, que melhoram a verbalização, a criatividade, a memória, a atenção e o manejo social do idoso.

 
Portanto, a terapia ocupacional ajuda os idosos a enfrentarem os desafios trazidos pelo processo de envelhecimento e a se adaptarem às novas condições físicas e mentais. O objetivo é fazer com que se sintam valorizados e que mantenham suas atividades e rotinas cotidianas da maneira mais funcional possível, para que consigam ter mais autonomia e continuem se sentindo uma parte integrante da sociedade e de suas famílias.

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